Photographies © Sonia Marques

Je m'endormais sur la vue du château...

A história mais conhecida de S. Jorge tem a ver com a morte de um dragão terrível que existia em Silene, na Líbia. Para acalmar a fúria do dragão, os habitantes ofereciam ao monstro duas ovelhas por dia. A certa altura, o dragão tornou-se mais exigente e reclamou um sacrifício humano. A escolha aleatória recaiu sobre a filha única do rei da Líbia. Nesse momento trágico, S. Jorge apareceu, oferecendo-se para lutar com o dragão e libertar a cidade daquele terrível jugo. Montou o seu cavalo e com uma lança feriu o dragão. Trazendo-o preso para a cidade, matou-o perante todos os habitantes, depois de exigir em troca a sua conversão ao cristianismo.
Existe outra versão da lenda, reclamada pelos habitantes de S. Jorge, perto de Aljubarrota, que conta que S. Jorge era um oficial romano que estava aquartelado naquela região. Tinha por costume mandar os seus soldados dar de beber aos cavalos na "Fonte dos Vales", no ribeiro da mata. Porém, no momento em que os cavalos bebiam, por vezes surgia da fonte um dragão que os devorava. Os soldados, com medo de serem também mortos, recusavam-se a lá voltar. Para acabar com este martírio, S. Jorge dirigiu-se à fonte, deu de beber ao seu cavalo e quando o dragão surgiu, matou-o com a sua lança.


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São Jorge também é venerado em diversas religiões afro-brasileiras, como a Umbanda, onde é sincretizado na forma de Ogum. Todavia, a ligação de São Jorge com a Lua é algo puramente brasileiro, com forte influência da cultura africana, e em nada relacionado com o santo europeu. Em estados como Pernambuco, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, o santo foi sincretizado a Ogum, enquanto na Bahia, sincretizado a Oxóssi. A tradição diz que as manchas apresentadas pela Lua representam o milagroso santo, seu cavalo e sua espada pronto para defender aqueles que buscam sua ajuda.

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Desde os tempos do czar Yaroslav – o Sábio, o povo russo venera São Jorge. Ele é o santo padroeiro dos príncipes, e sua imagem aparece no brasão e na moeda de Moscou. Ele representa um guerreiro valente, defensor das terras russas, protetor do camponeses. Muitas casas têm imagens do cavaleiro Jorge matando um dragão com sua lança; é a vitória do bem e da fé sobre as forças do mal.




São Jorge, 1911, óleo sobre tela, 107 x 95 cm, Wassily Kandinsky, Russian Museum, São Petersburgo.

Les tableaux de Raphaël sur ce sujet, l'un est visible au Louvre, avec le cheval blanc (réalisée vers 1500) représentent cette victoire, il y a aussi des illustrations éthiopiennes puisque c'est aussi un mythe bien représenté. Mais celui de Kandinsky de 1911, ce tableau, est assez étonnant, un petit bijou pour celui qui écrivait sur le spirituel, dans l'art. Je me demande s'il est encore en Russie ce tableau. La Révolution russe avait chassé l’artiste de sa terre natale en lui spoliant ses biens. Un an après ce départ, la toute nouvelle URSS interdisait les arts abstraits jugés « dégénérés ». Kandinsky en avance sur ce temps maudit, avait déjà ouvert la porte à l'abstraction. Loin du désordre russe, il s'installe en Allemagne il découvre les joies de la géométrie. Planètes, galaxies, infiniment petit, animaux marins microscopiques et éléments anatomiques, ses capricieuses formes. Mais rattrapé par la politique, encore, de l’Allemagne des années 1933, avec le nazisme, il fuie de nouveau, et s'exile, et s’installe à Neuilly. Peu avant sa mort, il change sa deuxième nationalité, l’allemande, contre une troisième, française.

Enfin, je m'endormais sur le château, dont la vue m'emmenait loin de ce patronyme évident, de ce saint qui tua le dragon.

Cafou le cheval blanc si petit, et moi, étions si heureux de penser à tout cela, tout en sachant que personne ne le pensait à notre place, ni le dragon, ni la politique, ni les dévots.
Mais il est vraiment trop petit pour être un cheval, il faut reconnaître que l'imagination transforme un peu toute sainteté en ânerie, l'humain s'il ne l'oublie pas sous les diktats, est doué de ces doux ânes et rêves, afin d'envoyer dans ses nuages chausse-trapes, ce qui convient, et vénérer ses saints quand cela lui convient. À sa convenance donc.
Petit souvenir joyeux et fugace d'un serveur noir qui paraphrasait ses allocutions de : À votre convenance. Un sportif de haut niveau préparant les jeux olympiques aux croissants et escargots, autours d'un café.
De l'art et du muscle, du blanc et du noir, pour éviter de finir rouge, cramé par le torticolis des jours sans fin, ni queue ni tête, ni filet de sauvetage, pour les artistes funambules, toutes celles et ceux perçus rapidement comme des bidons.

Planètes, galaxies, infiniment petit, animaux marins microscopiques et éléments anatomiques, nos capricieuses formes...