En filigrane (Fotografias © Sónia Marquès)

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* Filigrane est un terme qui dérive du Latin FILUM qui désigne le fil, et GRANUM, le grain.

A origem da filigrana remonta ao terceiro milénio antes de Cristo, na Mesopotâmia. As peças mais antigas datam de 2500 a.C. e foram descobertas nas sepulturas do Ur, no atual Iraque. Outras peças, descobertas na Síria, são de aproximadamente 2100 a.C. Chegou à Europa através das rotas comerciais no mar Mediterrâneo, onde se tornou relativamente popular nas civilizações Grega e Romana. As descobertas mais antigas de joalharia em filigrana foram feitas na atual Itália e estima-se que sejam do séc. XVIII a.C. Foi também durante o Império Romano que teve origem a própria palavra “filigrana”: as descobertas mais antigas foram feitas na atual Itália, e remontam ao séc. XVIII a.C.
No entanto, uma vez que o Médio Oriente era uma encruzilhada de culturas, a filigrana continuou a sua viagem e cruzou fronteiras até à Índia e à China. No extremo Oriente, era usada sobretudo como elemento decorativo e não como joalharia. Encontramos, por exemplo, esculturas revestidas em filigrana, bules, pratos ou caixas.
Claro que a filigrana deste tempo tão remoto não era igual à que conhecemos nos dias de hoje: os padrões eram diferentes, assim como o uso. Mas a semelhança das técnicas utilizadas não deixa espaço para dúvidas - conseguimos identificar estas peças seculares como exemplares de filigrana.

Simples, a forma como diferentes fios finos desenham padrões e são soldados conjuntamente de maneira a criar uma peça muito maior. Nenhuma outra arte de joalharia usa uma técnica de fusão semelhante para juntar fios de ouro. Hoje - como há milhares de anos - os diferentes fios que compõem cada peça unem-se apenas pelo calor, sem recorrer a nenhum outro material ou liga. Podemos ainda dizer que não há nenhuma outra técnica de ourivesaria em que se utilize tão poucos metais para criar formas tão grandes e tão extraordinárias. Em alguns corações em filigrana, por exemplo, metade da “superfície” da peça pode ser ar!

A Filigrana na Península Ibérica

As peças mais antigas em filigrana descobertas na Península Ibérica remontam a 2000 - 2500 a.C., mas a sua origem não é clara. Possivelmente, estas peças pertenciam a comerciantes ou navegadores oriundos do Médio Oriente e não foram fabricadas aqui.
Só durante o domínio dos romanos, durante o séc. II a.C., começou a existir na Península exploração mineira - por curiosidade, foi neste período que se começaram a explorar as minas das serras da Pia e de Banja, em Gondomar.
Mas apenas milhares de anos depois, no séc. VIII d.C., conseguimos assegurar com certeza que a filigrana estava a ser desenvolvida e produzida em Portugal. Foi com a chegada de povos Árabes que surgiram novos padrões e que, pouco a pouco, a filigrana da Península se começou a diferenciar da filigrana de outras partes do mundo.
Enquanto que na vizinha Espanha a tradição da filigrana se foi perdendo, em Portugal foi-se apurando. A partir do séc. XVII, a filigrana portuguesa já tinha um imaginário próprio e moldes muito diferentes de qualquer outra filigrana.

As formas e estilos da Filigrana Portuguesa


A filigrana portuguesa representa maioritariamente a natureza, a religião e o amor:   

•    o mar é representado com peixes, conchas, ondas e barcos;

•    a natureza é a inspiração dasflores, dos trevos e das grinaldas;

•    com motivos religiosos, encontramos ascruzes, como a cruz de Malta, e os relicários. Mais recentemente, as medalhas com santos,anjos efiguras religiosas;

•    o amor, claro, é a inspiração de todos oscoraçõesem filigrana.


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En filigrane (Fotografias © Sónia Marquès)
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Outros símbolos icónicos da nossa filigrana têm uma origem histórica ou não totalmente clara. Falamos de :

Coração de Viana

Ao contrário do que se poderia pensar, o propósito primeiro do Coração de Viana não foi ser um símbolo de amor, mas sim um símbolo de dedicação e de culto do Sagrado Coração de Jesus. Terá sido a rainha D. Maria I que, grata pela “bênção” de lhe ter sido concedido um filho varão, mandou executar um coração em ouro.

Brincos Rainha

É quase unânime que os brincos rainha apareceram em Portugal durante o reinado da Rainha D. Maria I (1734 - 1816). A origem do nome, essa, parece remontar ao reinado de D. Maria II (1819 - 1853), que usou um par destes brincos numa visita a Viana do Castelo em 1852. Depois desta visita, popularizaram-se como símbolo de riqueza e de statuse ganharam o nome “brincos rainha”. Noutras zonas do Minho, é ainda conhecido como “à moda da rainha”, “de mulher fidalga” ou “mulher rica”. Mas o que é realmente curioso são os desenhos dosbrincos rainha. Afirma-se que serão um símbolo da fertilidade feminina, uma vez que há uma parte redonda, com um círculo mais pequeno ligado à peça principal de forma aparentemente ténue: um símbolo da ligação do filho ao ventre da mãe, do qual se irá libertar. Os adeptos desta teoria referem ainda que a parte inferior do brinco é um triângulo invertido, um símbolo feminino já à época.

Arrecadas

As arrecadas começaram por ser os brincos da população mais humilde e que as classes mais privilegiadas começaram a imitar. Na sua origem estavam as arrecadas Castrejas, com inspiração no quarto crescente da lua.

Colares de Contas
Os colares de contas são tão antigos quanto a arte da ourivesaria. Mas os colares de contas a que nos referimos são os
As contas de Viana descendem das contas gregas: são ocas por dentro, o que as torna leves, e perfeitamente esféricas. Distinguem-se, no entanto, pelo fio em filigrana e por um pequeno ponto ao centro. p> Surgiram pela dificuldade em comprar um colar inteiro em filigrana: as mulheres iam comprando conta a conta até conseguir fazer um fio inteiro. Também existia a vantagem de alterar o fio e deixá-lo do comprimento pretendido.
 
Filigrana Portuguesa hoje
Hoje, o fabrico de filigrana em Portugal concentra-se sobretudo nas zonas de Gondomar e da Póvoa do Lanhoso. No Minho, a filigrana continua a estar associada a uma larga tradição: os “trajes de domingar”. O traje minhoto feminino é sempre complementado com diversas peças de ouro, incluindo colares e brincos que passam de geração em geração.

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En filigrane (Fotografias © Sónia Marquès)

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∃η ḟїLiℊґAᾔ℮

Dans la bijouterie antique, le filigrane est un bijou constitué de minces fils de métal assemblés de telle sorte qu'ils forment comme une broderie. Les fils sont étirés puis soudés ou assemblés sur une pièce de métal généralement. Cette technique provient de la période antique et était pratiquée à l'origine en Orient par les Sumériens de Mésopotamie, à une époque où la production d'objet en or augmentait. Elle parvient ensuite en Occident pendant le Moyen-âge. On retrouve alors le filigrane dans l'orfèvrerie religieuse en tant que décor, par exemple, mais aussi dans la bijouterie et l'habillement, et de nombreux objets comme les casques, les poignards notamment. L'avantage de cette technique est qu'il suffit de très peu de matière pour créer un grand nombre de fils. Le travail du filigrane nécessite une grande patience et une précision infinie, ce qui en fait un objet de grande valeur.

Le secteur de la bijouterie au Portugal a pris une place déterminante dès le début des découvertes maritimes. La capitale Lisbonne s'est rapidement enrichie avec les influences de la culture orientale dès le XVème siècle d'une part, puis plus tard avec des richesses venues du Brésil telles que les pierres précieuses, l'or et les diamants.
Le filigrane, lui, fait partie de l'histoire du Portugal. Des pièces en filigrane réalisées par l'orfèvrerie portugaise datant des années 2000-2500 avant Jésus Christ ont d'ailleurs été retrouvées au Portugal. Ces bijoux traditionnels portugais, entre autres appelés Brincos de filigrana, peuvent être déclinés en plusieurs modèles comme les Brincos de Viana (boucles d´oreilles de Viana), dont le nom provient de la ville portugaise Viana do Costelo qui a conservé cette technique ancestrale. Ils sont principalement portés lors des fêtes nationales par des danseuses folkloriques. Aujourd'hui, ces objets restent des pièces précieuses à valeur avant tout stylistique. En or ou en argent, le filigrane se décline essentiellement en boucles d'oreilles et en colliers, ou encore en ornements destinés à décorer les robes de mariées notamment.

Les pièces portugaises en filigrane sont connues pour être d'une grande qualité. Chaque pièce est unique puisqu'elle est fabriquée à la main. La majorité des artisans spécialisés dans la technique du filigrane au Portugal exercent dans le nord du pays, dans la ville de Póvoa de Lanhoso notamment, reconnue au niveau national aujourd'hui comme la capitale de l'art du filigrane.
C'est dans la municipalité de Gondomar, au nord du Portugal, que la production de bijoux en filigrane est la plus importante du fait des nombreuses mines d'or présentes sur le territoire. La production de bijoux est répartie dans plusieurs ateliers tenus généralement par des familles. La technique du filigrane est un véritable héritage qui se transmet de génération en génération. La ville reste donc marquée de cette tradition, et la bijouterie de Gondomar représente à elle seule 60% de la production nationale de bijoux.
L'art du filigrane tient ainsi une place prépondérante dans l'artisanat et l'orfèvrerie portugais, notamment dans certaines villes qui conservent et entretiennent cette tradition particulière.

Originaire du Minho, le Coeur de Viana est l’un des nombreux symboles portugais de cette région du nord du Portugal. Faisant frontière avec l’Espagne, le Minho est connu pour ses foulards colorés, le coq de Barcelos, la fameuse soupe aux choux portugaise Caldo Verde, ses mouchoirs et nappes brodés, et de nombreuses danses et chansons folkloriques. Mais ce sont ces magnifiques bijoux en or qui brillent le plus parmi toutes ces traditions. Sous forme de pendentifs ou boucles d’oreille, ces jolis coeurs en filigrane* sont portés par les femmes de la région – les Minhotas -, avec grande fierté.
Bien qu’il s’appelle “Coração de Viana” (Coeur de Viana), il n’est pas exclusivement produit dans cette jolie ville balnéaire. En réalité, l’utilisation du cœur est, dans une perspective plus large, une tradition de la région du Minho, que ce soit du Baixo-Minho ou de l’Alto-Minho. L’attribution de celui-ci à Viana do Castelo peut avoir résulté de la popularité de ses costumes traditionnels dont il fait partie. Foulard sur la tête et sur les épaules, tablier à la taille et une abondance de colliers en or autour du cou; c’est ainsi que s’habillent les Minhotas. Leur collection de colliers n’est pas uniquement décorative, elle représente le patrimoine, la richesse de chacune, tandis que la couleur de leurs vêtements indique leur statut social.
Selon Manuel Rodrigues Freitas, Directeur du Musée de l’Orfèvrerie Nationale à Viana do Castelo, “les cœurs de Viana ont une origine religieuse. Dans l’antiquité classique, le cœur représentait le centre de la vie, de la solidarité, de la fraternité et de l’amour, ce sont les caractéristiques les plus saillantes de la vie des saints, c’est pourquoi ils étaient représentés avec le cœur sur la poitrine”, explique-t-il. “Ces cœurs accentuaient la chaleur de l’amour avec des flammes qui surgissaient de sa partie supérieure du coeur, celle-ci étant une stylisation de ces mêmes flammes, c’est pourquoi on les appelle “coeurs flamboyants” ou “doubles coeurs”. Ils sont apparus au Portugal avec le culte du Sacré-Cœur de Jésus et, par conséquent, les femmes aiment le porter sur la poitrine comme symbole sacré, avec des formes plus simplifiées.”
Cette combinaison de la forme (le coeur) et du matériel (l’or) a transformé l’image du Cœur de Viana en symbole de la bijouterie portugaise. Sa grande particularité, outre la complexité de sa décoration florale ou végétale, est l’existence d’une contre-courbe sur l’un de ses côtés, lui conférant une beauté contemporaine et festive, ce qui est relativement courant dans l’art populaire du Minho.
Utilisé comme symbole pour de nombreuses campagnes nationales telles que l’Euro 2004, qui a eu lieu au Portugal, le Coeur de Viana a même trouvé sa place sur la poitrine de stars de Hollywood. Sharon Stone, par exemple, a reçu un magnifique Coeur en or lors d’une visite dans le Nord du Portugal et le porte avec grande fierté.
En plus de l’or, les coeurs existent également dans d’autres matériaux, comme l’argent, et même d’autres plus modernes, tel que le liège, mais l’argent doré est le matériel le plus utilisé. Quant à la technique traditionnelle, elle se maintient, ils sont toujours faits en filigrane, un art qui travaille les métaux en fils délicats, entrelacés, créant des œuvres d’art élaborées avec des motifs variés.
Il existe deux types de filigranes: la filigrane d’application, utilisée pour des effets décoratifs et la filigrane d’intégration, ce qui veut dire que le bijoux est entièrement fait de filigrane. Les fils de métal sont torsadés, battus et ramollis et affinés avec une source de chaleur, puis sont soumis à un nettoyage avant d’être travaillés par des orfèvres. La filigrane est un art exclusivement manuel, exigeant des artisans une grande compétence et méticulosité.
De nos jours, ces magnifiques bijoux traditionnels peuvent être trouvés dans la plupart des bijouteries du Nord au Sud du pays, mais c’est à Póvoa de Lanhoso, plus précisément à Travassos, que l’on trouve “la Terre de l’Or”. Un «village-atelier», dans lequel toutes les familles sont, ou ont été, liées à l’activité de l’orfèvrerie et où, soi-disant, est née «l’orfèvrerie Portugaise». Malgré l’industrialisation croissante du travail de l’or, il existe encore environ 40 ateliers traditionnels, qui ont hérité de la connaissance de cet art, qui brille dans chaque pièce originale.

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