A Arte dos Namorados é uma componente fundamental da arte e da cultura popular. Os Lenços de Namorados apresentam-se como a mais genuína forma poética e artística utilizada pelas moças do minho, em idade de casar. Constituído por um quadrado de linho, ou de algodão, que a jovem bordadeira bordava a seu gosto, o lenço dos namorados fazia parte do traje típico feminino, mas tinha outra função a desempenhar: a conquista, pela moça do jovem por quem se apaixonara. Não há muito tempo ainda, que toda a rapariga Minhota começava muito cedo a bordar. Quando mais tarde, casadoira, os olhos teimavam em fugir-lhe para o jovem que no seu intímo já escolhera, começava a bordar o lenço que lhe destinara, dando largas aos sentimentos mais intímos.

Era hábito a rapariga apaixonada bordar o seu lenço e entregá-lo ao seu amado quando este se fosse ausentar. Nos lenços poderiam ter bordados versos, para além de vários desenhos, alguns padronizados, tendo simbologias próprias. Era usado como ritual de conquista. Depois de confecionado, o lenço acabaria por chegar à posse do homem amado, que o passaria a usar em público como modo de mostrar que tinha dado início a uma relação. Se o namorado (também chamado de conversado) não usasse o lenço publicamente era sinal que tinha decidido não dar início a ligação amorosa. É provável que a origem dos "Lenços de Namorados", também conhecidos por "Lenços de Pedidos" esteja intimamente ligada aos lenços senhoris dos séculos XVII - XVII, que posteriormente foram adaptados pelas mulheres do povo, adquirindo os mesmos, consequentemente, um aspecto mais popular. Existe atualmente uma comissão técnica que funciona como órgão avaliador e de certificação deste tipo de artesanato regional.