Fotografías © Sónia Marquès

reconhecer-se no movimento da vida.

Um dia, encontrei uma mulher, não há muito tempo, numa pequena livraria em Lisboa, que me mostrou um livro de receitas de cozinha sobre citações do escritor, Eça De Queiroz, Comer e beber. Um dia, há pouco tempo atrás, estava na casa de férias de um cineasta francês, muito velho e muito conhecido, na Normandia, perto do mar, ele perguntou-me se conhecia o livro "Os Maias" de Eça de Queiros e mostra-me o livro numa prateleira onde havia apenas cinco livros, nesta casinha. Ele disse: "Este é o livro mais lindo que tenho, a história é fabulosa". Ele estava na edição Chandeigne. Um dia, há muito tempo, estava na livraria francesa Chandeigne e encontrei o livreiro que me mostrou centenas de livros, voltava muitas vezes e mesmo de muito longe, era minúscula, a sua livraria. Hoje estava cozinhando, na minha pequenina cozinha, e pensando sobre este livro de receitas, Comer e beber. Nesse dia, quis ler Os Maias de Eça de Queiros, mas a minha hesitação diz respeito a que língua escolherei. Naquele dia, decidi não me decidir. Mais uma vez, decidi não me decidir.

Brincar com um pente, um espelho, um pedaço de texto, um brinco, um brinco de cabelo, as penas da cauda de um papagaio vermelho, enquanto as bolas de Natal instalam-se no topo dos edifícios...
Pequenas vidas de bonecas abrem pequeninas linhas de textos de grandes épicas, gigantescas histórias que duram séculos e séculos...

Sinais do tamanho de uma unha, uns atrás dos outros, tornam-se histórias longas e majestosas, que ocupam um lugar enorme na nossa vida... Tão minúscula vida...
Como compreender a complexidade, senão, ser uma gota d'água que molha um tecido e bebe seu elixir ?

LIVROS LIVRES :

Na língua portuguesa o livro vem da liberdade !

Fotografía © Sónia Marquès