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blog m kiwaïda

20/09/2020

♭αℓ@ⅾα ℘üηк



Este é o filme que mais gostei de ver este mês : Technoboss é um musical português realizado por João Nicolau. Em Portugal estreou a 7 de novembro de 2019.

Luís Rovisco (Miguel Lobo Antunes) é director comercial de uma empresa de equipamentos de segurança. Divorciado há já vários anos e prestes a entrar na tão ansiada reforma, reencontra casualmente Lucinda, uma antiga paixão que tentará recuperar a todo o custo. Esse encontro dá-lhe uma nova esperança no futuro e uma vontade enorme de ser feliz. Estreado mundialmente na secção competitiva do Festival de Cinema de Locarno (Suíça), Technoboss é a terceira longa de ficção com assinatura de João Nicolau e marca a estreia de Miguel Lobo Antunes na interpretação. Um filme que cruza o road-movie com o musical e onde a linha que separa a ficção da realidade é muito ténue.

Muito obrigado ao meu querido, que já me tinha mostrado o seu filme anterior "John From". Gostamos muito da franja dos filmes do realizador Miguel Gomes...
Há uma poesia quase fatalista e delicada, que permite uma fantasia quotidiana, em paisagens de dificuldades profissionais. Se as formas de fazer são as mais singulares, num mundo que impõe regras sociais absurdas, então a vida torna-se viável, e até cada um pode fazer o seu próprio filme, conduzindo o seu veículo para ir trabalhar numa empresa ingrata, com tecnologias cada vez mais medíocres. O escárnio, a sensação de que vivemos num cenário que vai para trás, é como estas pinturas no filme, as paisagens, são aquelas que vemos, mas também aquelas que inventamos instantaneamente. Que alegria saborear essas atenções delicadas, essas conquistas, aquelas canções improvisadas tão lindas.

Obrigado





(Sapo : Íntegra da entrevista de João Nicolau)

Em Technoboss, o que surgiu primeiro: esta ideia de filme de estrada, que é o que abre espaço para aquele que podemos chamar de lado musical do filme, ou a escolha de Miguel Lobo Antunes para protagonista?

Falando dos géneros, importa referir que nos meus filmes anteriores a música já era uma matéria muito presente, tratada de diferentes maneiras. Neste filme quisemos (eu e a Mariana Ricardo, coargumentista) levar essa exploração um bocadinho mais longe. A partir do momento em que inventámos esta situação do carro, que foi a primeira a surgir, e depois a profissão dele, de diretor comercial, apareceu-nos a ideia de o carro servir como uma espécie de bolha, uma espécie de estúdio, onde ele canta — e canta como quando nos abandonamos numa longa viagem, quando nos esquecemos um bocado do que está ao redor. Esse foi o ponto de partida para as canções. Depois houve um trabalho de escrita e de composição que foi simultâneo quase, e começou a quebrar-se essa regra de ele cantar só no carro: começaram a chamar-se outras pessoas para cantar com ele no carro, ele começou a cantar depois de sair do carro, e o lado musical foi, digamos, invadindo um bocado o personagem e o filme.

Talvez por partir daí, dessa ideia de ir cantando ao volante, vagando, o lado musical de Technoboss não retire à historia o seu lado realista.

As músicas foram todas gravadas em direto, ainda que algumas tenham depois sido melhoradas na pós-produção, como é normal. A ideia era exatamente tentar criar um movimento contínuo entre as canções e as outras partes do filme, o que para mim faz sentido, porque a música não é, felizmente, um momento excecional das nossas vidas. Somos capazes de estar a ir para o metro e a cantarolar ou a ouvir música. Então resisto a tratá-la como algo de excecional: se para mim a música faz parte da vida, tal como faz parte da vida dos espetadores, também pode fazer parte da vida dos personagens. A ideia foi um bocado essa.

Que a música fizesse simplesmente parte.

Sim, faz parte da vida e deste personagem no momento em que a vida o apanha. Não é uma banda sonora de assinatura, não é dessa maneira que costumo trabalhar a música dos filmes. Acho que a música é mais interessante quando serve cena a cena do que quando é uma visão, uma camada acrescentada por um compositor. E os músicos com quem colaborei têm versatilidade suficiente para escrever diferentes géneros e a música é toda original, exceto a atuação do Aserejé, claro, que é quase uma brincadeira no filme.

Nalgum momento sentiram que poderia ser uma cena arriscada essa?

Dentro da proposta do filme, ela faz sentido porque vem quando o Luís Rovisco se desloca a Sevilha, depois de um negócio bem-sucedido e de uma noite de copos com o patrão, que é mais um compincha do que uma autoridade. Achámos que também poderia abrir portas para vermos uma certa loucura do personagem. No fundo é para isso que as canções servem no filme: para podermos conhecer várias facetas do Luís Rovisco.

Esse patrão, o “Peter”, que nunca aparece, o que nos leva a questionarmo-nos sobre se não será antes uma voz imaginária.

Há duas cenas em que vemos o Luís Rovisco a falar com ele, mas está fora de campo, outras vezes aparece a falar ao telefone. Acho que pode ser deixado ao espetador decidir o que é que o Peter é: num primeiro nível, é um patrão ausente, que já nem se preocupa, mas pode ser também uma voz na cabeça do Luís Rovisco, ou uma espécie de big brother, ou a voz do realizador, pode ser várias coisas. Factualmente, é o dono da Segurvale e o patrão do Luís Rovisco. Digamos que esse é um jogo que tem outros prolongamentos no filme, como por exemplo o telefone [de Luís] que nunca vemos. São situações que o cinema nos permite. Gosto de fazer experiências mesmo com as matérias primitivas do cinema, há um certo lado lúdico que me interessa explorar. Em muitos filmes tenta-se quase copiar uma realidade, o que não é de todo o que me interessa.

Tudo isso, juntamente com outros elementos como os cenários assumidamente falsos, que às tantas se transformam num palco, surge em Technoboss quase como que um desafio ao realismo, no sentido de que nada deixa de parecer absolutamente real, apesar de tudo.

Nos filmes, gosto de tentar dar valores mais equivalentes ou mais justos a coisas que se calhar no nosso dia a dia tendemos a separar: o lado real ou factual, digamos, do lado imaginário, que é um lado que a gente vive também, muito, e que o cinema tem ferramentas para representar.

Ajuda a trazê-los para o mesmo plano: o chamado real. A verdade é que tudo é real.

É um bocado como a história das canções: o personagem já tinha complexidade suficiente para nos permitir vê-lo sob um outro prisma. Esse prisma é também o lado assumidamente artificial dos cenários. Ainda há duas coisas mais em relação aos cenários: o jogo com a sociedade de vigilância, que a própria atividade do protagonista refere, e um desafio ao espetador. Não me interessa muito iludir o espetador, conduzi-lo só por um caminho. Qualquer espetador ao ver aquele cenário e a maneira como está filmado tem de assumir a falsidade dele. E ou alinha ou não alinha num jogo que, espero eu, o puxe para dentro do filme.

E, à medida que vai sendo desconstruído, ou exposto, o cenário vai crescendo. Até ao momento em que vira palco, num sentido mais literal.

Vai crescendo, vai mudando e vai tomando cada vez mais importância no filme.

Como a voz do narrador, de resto. Que timidamente aparecendo para, de repente, nos dar conta de que ganhou vida própria. Primeiro é um narrador convencional, depois zanga-se com o Luís, mais adiante reconcilia-se…

Mais do que retratar realidades, gosto de tentar criá-las. E esse é também o desafio progressivo deste filme. Esta voz, que creditei como “Voz Impossível de Homem” é também um contraponto à voz do Peter, que por essa altura do filme desaparece. E é algo que se assume no início como narrador mas que depois percebemos que é um narrador que teve um passado comum com o Luís Rovisco, que se permite dizer-lhe coisas e que portanto tem uma relação com ele. É algures aí no meio que poderemos situar esta voz off.

Sendo recorrente nos seus filmes a utilização de atores não profissionais, se não foi no início, surgiu como o Miguel Lobo Antunes aqui?

Não, não. Já nas minhas anteriores longas, A Espada e a Rosa e John From, os protagonistas eram atores não profissionais, embora rodeados, sobretudo no John From, de atores profissionais. Gosto bastante de misturar à frente da câmara diferentes registos, que de certa maneira se contaminam. Neste caso, paradoxalmente, queria mesmo um ator profissional para o protagonista. Era um papel muito exigente, não só para quem o fizesse como também para mim, como realizador, porque o filme é praticamente um mergulho neste personagem, que não é só exigente tecnicamente; é exigente também humanamente e em termos de presença. Fizemos um casting imenso e tinha três ou quatro opções, mas não estava ainda totalmente satisfeito, faltava-me aquele lado mais irracional, mais indizível que me fizesse acreditar o suficiente para esta carga de trabalhos e para o mergulho no escuro que é fazer um filme. E uma vez vi o Miguel numa festa, observei-o a dançar e a falar com as pessoas… não me ocorreu logo a ideia, mas a imagem ficou-me na cabeça e resolvi contactá-lo e propor-lhe que viesse para o casting. O Miguel trouxe logo algumas características do personagem, um grande à-vontade com o facto de não ter nada a perder, porque era uma situação inesperada para ele, mas também uma grande vontade de trabalhar e, digamos de se abandonar ao trabalho conjunto que fizemos os dois. E, pronto, conquistou-me. A mim e à equipa que estava na altura a fazer o casting comigo já.

A partir do que ele trouxe ao personagem, foram feitas alterações ao argumento?

Não mudámos coisas no argumento por ele, mas é óbvio que ele moldou o filme todo, porque muitos dos ensaios partiram da minha observação dele. Foi mais por aí. Não houve nenhum momento criado especificamente, mas fomos os dois construindo o personagem quase cena a cena. Creio que foi um trabalho duríssimo para ele, porque uma primeira experiência logo com esta intensidade e exposição não será certamente fácil. Mas também sei que foi gratificante.


Par kiwaïda at 13:03

06/10/2019

αυ ℓαяℊℯ

Image du film Atlantique, franco-belgo-sénégalais réalisé par Mati Diop, sorti en 2019

Image du film Manta Ray (en thaï : Kraben Rahu) franco-sino-thaïlandais écrit et réalisé par Phuttiphong Aroonpheng, sorti en 2018.

Atlantique et Manta ray, 2 films que j'ai particulièrement aimé récemment, d'origines différentes. Dans mon parcours, je trouve des points sensibles et poétiques, ainsi que noirs, en commun. Ils sont parsemés de petites lumières colorées, dans la nuit, aussi, tous les deux, dans des situations de précarités. Si leur paysage, à chacun, diffère, la mer les rapproche. Sensuels et spirituels, aussi, sont-ils de belles images de contemplations. Le pacifisme de Manta ray, évoque aussi le diable des mers dont la symbolique du poisson choisi pour le titre, que l'on retrouve comme fantasme à capturer par pierres précieuses, est subjuguant. L'amour se passe d'individu en individu, mal en peine, ou peines de l'âme. Nous pourrions admirer, en regardant ce film, que l'amour se passe de mot, car le héro est muet et se soumet à toutes les guérisons de l'âme. Prendre soin de l'autre, en même temps que tuer l'autre, devient un gage de survie, de gagner sa vie, n'est-ce pas la plus paradoxale de leçon de vie ? Le muet va rendre ce qu'on lui a donné, dans la mer des incertitudes, nous laissant comme cadeau, sa non violence. Beau !

Dans Atlantique, l'amour non consommé et inconsolable nous amène au pays des revenants, de la revanche zombie et sourde. Les morts-vivants, eux aussi ont une âme et se réincarnent dans les complices des crimes de l'humanité, les voleurs du sel de la vie. Et j'en connais à présent un rayon, même si je ne vis pas en Afrique, au Sénégal, je pige bien, les affres des chantiers et des mois de salaires non payés. Je pige bien autre chose, et ce n'est pas exotique, la place des femmes et leur pouvoir. Les femmes ne représentent pas le pouvoir, mais elles ont le pouvoir. Celui de maltraiter la féminité, de la violer, de la vendre, au nom de la tradition. Ici, on mesure bien l'importance des biens matérialistes qui s'échangent et se substituent aux valeurs morales et religieuses. Il en est de même, dans notre pays, finalement. On prône une virginité à tous point de vue, et une innocence, alors que les intérêts financiers sont devenus maîtres des traditions, les ont remplacées, sans même que les êtres humains ne s'en aperçoivent, rivés sur leurs téléphones portables. Reste la poésie de l'amour, lui, qui se consomme, en bien des imaginaires, même celui des amants retrouvés le temps d'une nuit. Naufragés de l'amour. Beau !

Et les bandes sonores de ces films sont magnifiques !

Par kiwaïda at 18:20

21/08/2019

ℋ☮Ṕℰ

Photographie © JD & Kiwa

Photographie © Sonia Marques

Image du film français  "Perdrix" réalisé par Erwan Le Duc - 2019

Nous sortions de visions du peintre américain Edward Hopper, pour naviguer dans des décors que nous retrouvions dans un film contemporain, magique, au nom d'un oiseau. Traverser des images, des décors, vivre dans des peintures et des films enveloppés dans le choix le plus doux, celui de la solitude de Purcell...

Par kiwaïda at 23:21

25/03/2019

¢ℓé☺ ḓε 5 à 7

Comment continuer à vivre lorsque la maladie vous guette ? Cléo, une très belle chanteuse, attend les résultats d'un examen médical, avec d'autant plus d'anxiété qu'une cartomancienne lui a prédit qu'elle était malade. Hantée par la peur, elle erre sans but dans les rues de Paris. Au fil de sa dérive, elle se débarrasse de ses oripeaux. Dans le parc Montsouris, un jeune homme l’aborde…


Le film "Cléo de 5 à 7" réalisé par Agnès Varda en 1961 est accessible sur Arte en ligne ces jours-ci. Très beau film graphique avec ses noirs et ses blancs, ses interrogations miroirs et ce goût mélancolique de fin du printemps et de l'arrivée de l'été qui se délie avec la journée la plus longue, comme cette ballade dans le parc avec l'inconnu, le bonimenteur prédit par la cartomancienne, un joueur de mots en permission. Il renverse le cours des choses et s'invite au hasard, comme l'ange qui souffle la vie aux morts vivants. Un parfum d'ailes du désir. Un film de chatons, avec des chatons, filmé par une dame chat. Miaou ! Gâteries, Gato, chat... Seulement pour les précieux, capricieux, féminins d'avant le féminisme et du harcèlement de rue, des trognes et des contes de fées face à la finitude et tout ce que l'on garde en ayant peur de la mort, tout ce que l'on garde avant la fin, sans avoir vraiment goûté à la vie. Magnifiques plans des paysages et des rues mais aussi d'une circulation en voiture comme une boîte à musique, tel un manège où l'on chevauche sa voiture comme un jouet-cheval qui monte et qui descend avec volupté.
Courtiser la vie et la mort.

*

Vendredi 29 mars, quelques jours après la publication de cet article, Agnès Varda décède à l'âge de 90 ans.
Je retiens cette phrase d'elle : Mon travail n'est pas dans l'ombre mais dans la discrétion.

R.I.P.

Par kiwaïda at 00:18

21/02/2019

万引き家族

Un film que j'ai bien apprécié (Une affaire de famille - 2018 de Hirokazu Kore-eda),
et des photos que j'ai réalisées d'une rose ci-dessous, de la St Valentin, avec une coquine cachée de la même couleur...

Par kiwaïda at 13:04

16/02/2019

Åηℊε﹩

Par kiwaïda at 23:36

29/12/2017

ℙḯℯᾔṧα €ᾔ ♏ї

Images des films réalisés par Argentina (années 70)
* * *

Par kiwaïda at 01:41

02/11/2017

♓@ℓł◎ẘℯ℮η

Photographies © Sonia Marques

Ma découverte de Fétide ❥

Par kiwaïda at 17:32

29/08/2017

ℙ☮ℳℳẎ

JB, Kiwa, JD (photographie © Sonia Marques)

La vienne (photographie © Sonia Marques)

Les trois chevaux, Pommy (photographie © Sonia Marques)

New design made by myself (photographie © Sonia Marques)

Les retrouvailles (photographie © Sonia Marques)

Berlin-Limoges = Atomic Blonde

Scènes du film américain Atomic Blonde réalisé par David Leitch, sorti en 2017

Agent Johannes, danke für Ihren Einsatz, bei dieser Limoges Mission.

Par kiwaïda at 13:35

15/08/2017

ℳℰℜ

A Scene at the Sea > film japonais réalisé par Takeshi Kitano, - 1991.

Avec Kurudo Maki (Shigeru) , Hiroko Oshima (Takako)
Le genre Yakusa, une trajectoire singulière qui s'évade d'un clan.
Le schéma clanique : Dans le film, le personnage s'émancipe du clan des surfers.
Les clans sont déceptifs, ils suscitent de la déception, les personnages de Kitano font l'expérience de cette déception, ils ne s'y retrouvent pas et s'en écartent. Des communautés à la marge qui sont au centre et deviennent mafieuses.
Film tendre où le lien se crée devant la mer, un amour pur et bouleversant, sans presque aucun contact physique. Le couple sourd muet, communique parfois en langage des signes. Ce couple chaste est fusionnel, dans une bulle contemplative.
Détermination malgré les épreuves. Lorsque Shigeru et Takako sont séparés, car le chauffeur du bus ne veut pas de planche de surf dans son véhicule, Takako reste debout dans le bus, elle se soumet à cette attente face à la vitre, elle soutient son amant, elle croit en lui, tandis que Shigeru à pied, sa planche sous le bras va faire le trajet, sans perdre confiance en cet amour qui les lie malgré la distance. Cette séparation impossible rend la scène et le lien très fort lorsqu'ils se retrouvent. Aussi lorsque la mer les sépare, Takako reprend la planche de surf.
Ils n'utilisent pas le langage, ces héros du film m'ont fait penser au film de Ozu, où le petit garçon décide de ne plus parler à ses parents, à la suite de l'interdiction de regarder la télévision. Cette non violence, où le refus devient une invention par l'absence de communication, un art pacifiste, une interruption source de créations, de nouveaux gestes et déplacements. Élégance, sensibilité, finesse des échanges de regards, des sentiments mutiques. Kitano est peintre, avec de l'autodérision, le comique et la contemplation sont des nuances dans un paysage maritime frontal, une scène, où nous sommes aussi ces personnages qui rentrent dans l'eau ou comme les poissons, sautillent de cet élément océanique.
La précarité n'est pas un obstacle, elle fait l'histoire et déjoue les rumeurs des clans de petites communautés idiotes et sans imaginaire, lorsque l'amour soutient chaque étape. Contre l'ennui, source de créativité, d'invention, la trouvaille d'un éboueur de la planche cassée, va réparer le lien avec la mer et l'engager dans une voix singulière, comme celle d'un artiste qui invente quotidiennement sa profession, remettre l'ouvrage sur le métier. La place de la femme, l'assistante, l'amoureuse, devient le guide du chemin initié par la découverte et l'ambition de l'amoureux recycleur des déchets. Comment rendre beau ce qui était rejeté, destiné aux ordures et à la saleté.

Par kiwaïda at 11:58

04/07/2016

ᙓᓰﬡ ḰᗝᒪᒪᙓḰ♈ᓮⅤᘐᙓᔕᓰᑕᖺ♈

Einst wohnte in der Brauergasse ein junger Herr mit Namen Ziegler. Er gehörte zu denen, die uns jeden Tag und immer wieder auf der Straße begegnen und deren Gesichter wir uns nie recht merken können, weil sie alle miteinander dasselbe Gesicht haben: ein Kollektivgesicht

(Ein Mensch Mit Namen Ziegler/ Hermann Hess)

Il était une fois un jeune homme du nom de Ziegler, qui a vécu sur Brauergasse. Il était de ces gens que nous voyons tous les jours dans la rue, dont nous ne pouvons jamais vraiment nous  souvenir des visages, car ils ont tous le même visage:

un visage collectif

Documentaire de Chantal Briet, Alimentation genérale

Des les premières images du film documentaire de Chantal Briet, Alimentation générale, tourné durant 4 ans à Épinay-sur-Seine, les mots sont donnés :

L'homme au manteau :

Bon alors, dans ces petites boîtes, il y a un tas de gens, il y a en vrac, parce que je suis pressé il fait froid, le Maghreb, marocains, algériens, tunisiens, en bas, la Mauritanie, la côte ouest Africaine, Liberia, Gabon, Côte d'Ivoire, Togo, Centre-Afrique, Soudan …

Un autre homme  :

Bon alors, il y a des faucons, y a des canaris, y a des chardonnerets, y'a des serins, y a des perroquets, y a des perruches, y a des pies, y a des pigeons… qu'est-ce qu'il y a d'autre encore, j'ai oublié…

L'homme au manteau :

Alors l'Europe, portugais, espagnols, italiens, yougoslaves, avec tout ce puzzle que la Yougoslavie représente, euh…

Un autre homme  :

Ouaih mais y a aussi les chiens, y a les Rottweilers, moi j'vais commencer parc'que j'aime surtout, le Rottweiler, Dogue argentin, Pit Bull, Berger allemand, euuuuh, bon après y a Yorkshire, Caniche, euh, Pékinois, le Pékinois le chien du chinois quoi, et, puis voilà quoi…


L'homme au manteau :

...Roumains et même on a eu un syrien il y a quelque jours et tant mieux cela enrichi un peu la communauté, il y a des Corses, des bretons, des basques, et, et, et…

Un autre homme  :

Un peu de tout quoi, et quelques chats errants, 2, 3, errants pas vraiment errants, il appartiennent à des gens, quelque part c'est des chats de race, voilà, c'est OK.


Documentaire de Chantal Briet, Alimentation genérale

Dans ce documentaire tourné dans le quartier de la Source, la réalisatrice Chantal Briet livre un beau portrait de l'épicier Ali Zebboudj :

Lorsque je suis entrée pour la première fois dans l’épicerie de la Source à Epinay-sur-Seine, Ali m'a offert le café — servi sur les congélateurs, entre la machine à jambon et le journal destiné à tous... Les clients et les habitués qui défilaient chez lui racontaient comme à l’habitude les mini-évènements de leur vie... la pluie, le beau temps, les angoisses du moment, la vie dans la cité, les émissions télé... De ces diverses conversations sortaient des accents de solitude, de détresse, mais aussi beaucoup de bonne humeur et une sacrée dose d’humour — comme pour faire passer le goût un peu amer de la vie... C'était en 1999. J’ai rendu des visites régulières à Ali pendant plusieurs mois, surtout le matin, pour partager le rituel du petit déjeuner avec Jeanine, Bertho, Jamaa et les autres... Je crois bien que je suis devenue, moi aussi, une habituée... J'ai rapidement compris que ce lieu me donnerait la possibilité de poursuivre ma quête : filmer le temps dans un lieu, filmer le temps qui passe sur des êtres, des visages, et sur leurs destinées. Filmer également une manière d’exister ensemble — un petit « commerce », qui reprendrait à son compte l’origine du mot lui-même : un lieu d’échange, où l’on s’alimenterait de manière générale...

(Sélection ACID Cannes 2005 /  Prix du Meilleur Documentaire de long-métrage 2005 /  Festival Doclisboa Lisbonne, Portugal / Grand Prix du Jury 2006 Festival Documenta Madrid, Espagne)

Synopsis :

Ali tient une "épicerie" oubliée des opérations de rénovation de sa Cité à Épinay-sur-Seine. Il voit défiler dans sa boutique bien plus que des clients. La caméra s'efface et l'on rencontre des personnages tout en âme, en désespoir parfois : des humains !

✎✎✎

Ce qu'il faut savoir, c'est que l'épicier aimé de son quartier est décédé des suites d'une agression, en 2007 (2 ans après la sortie du film documentaire où il occupe le rôle principal) : La mort d'Ali Zebboudj, le charismatique épicier d'Epinay, mort à 56 ans sous le couteau d'un marginal en errance, a laissé orphelins les habitants, ont titré les journaux parisiens. 

2010, le Parisien :

Irremplaçable, l'homme qu'était Ali Zebboudj le reste aussi. Même un peu émoussés, les souvenirs restent lumineux. Ce n'est pas pour rien que le patron de l'« Alimentation générale » était souvent décrit comme « le soleil du quartier ». « Tous ici, on n'a que des bons souvenirs avec lui, quand en parle, c'est toujours en bien, comment en serait-il autrement? » continue Christian, le pharmacien. Pour lui, Ali était comme un ami. Pour d'autres, il était un repère, presqu'un patriarche, patient et tolérant, généreux de cœur, et même animateur.
Dans cette cité de 1500 habitants, Ali Zebboudj était aussi connu pour ses talents de musicien. Lorsqu'il sortait sa darbouka (NDLR : un instrument de percussion oriental) et entonnait des airs kabyles, les cœurs fondaient et la gaieté gagnait le quartier. Ali avait fait quelques scènes, et notamment les premières partie du chanteur kabyle Idir et de la star algérienne Souad Massi.
« L'homme qui l'a tué n'a pas idée de ce qu'il a détruit », observe un jeune homme, croisé sur la petite place centrale, à deux pas de la stèle gravée à la mémoire de l'épicier. Un bouquet de fleurs a été déposé là par une main nostalgique. « Le devoir d'un homme qui a souffert dans le passé est de se rapprocher de ceux qui souffrent au présent », lit-on en épitaphe d'un homme « à qui on pense toujours, même si l'on n'a plus envie de trop parler des choses tristes », sourit le jeune homme.
Parce qu'Ali ne devait pas mourir ainsi, de six coups de couteau, dont un en plein cœur, infligé par un homme imprévisible et rarement sobre. Peut-être schizophrène, en tout cas plusieurs fois interné en hôpital psychiatrique. Lors de son arrestation sur place, Eric Kokoszka, aujourd'hui âgé de 43 ans, avait parlé de sa rancœur à l'égard d'Ali. Il s'était senti « mal considéré » et avait décidé de laver dans le sang son amertume accumulée. C'est pour cela qu'il répond cette semaine d'assassinat, un crime prémédité pour lequel il encourt la prison à vie.

En 2010, au procès de son agresseur, celui-ci prend 12 ans de prison (article Libération, 2010). La réalisatrice, citée à la barre par la partie civile, au tribunal dit ceci :

«Pour moi, c’était un résistant. Il faisait vivre un lieu devenu presque trop essentiel», Chantal cherche une raison : «Il portait trop tout tout seul. Il devait combler beaucoup de manques dans la cité.»  

Le meurtrier est né dans un hôpital psychiatrique :

Eric est né à l’hôpital psychiatrique de Ville-Evrard (Val-de-Marne). Sa mère y était traitée pour schizophrénie. Elle était alcoolique. Comme son père. A l’adolescence, les quatre enfants se sont retrouvés «livrés à eux-mêmes». «C’était une vie avec des cris», a expliqué dans une déclaration Nadine, la sœur cadette, qui est graphiste dans la vie. «Eric est né quasiment en hôpital psychiatrique.» Nadine a décidé de ne pas avoir d’enfants par peur de «transmettre cette pathologie». Longtemps, elle a essayé de s’occuper de son frère, qui multipliait les petits boulots avant de toucher le RMI. Selon elle, son traitement médicamenteux le «fossilise». Le meurtre qu’il a commis, elle l’analyse comme ça : «Tuer quelqu’un et attendre la police, c’est une forme de suicide.»

Depuis, en 2015, un square a été nommé en son nom, Ali Zebboudj.

Documentaire de Chantal Briet, Alimentation genérale

Lorsque j'ai découvert l'existence de ce documentaire, je ne connaissais pas la triste fin de l'épicier. Ce quartier je le connais très bien et ce documentaire est assez fidèle à la vision humaniste et sociale que j'ai observé dans mon enfance, adolescence, vie de jeune femme. À la première lecture, je fus étonnée de voir que rien n'avait changé et que je pouvais connaître l'archétype de tous les acteurs et actrices filmés, dans leur quotidien, Jamaa, Janine, Mamie, Papi, Bertho, Akram, Nadia, Abel... Et en voyant cet homme, j'ai aussi compris qu'il portait beaucoup et que tous les clients, puisqu'il avait quasiment le seul commerce, attendaient beaucoup de lui, et surement son agresseur, malade mental. S'il était proche des opprimés, en dialogue constant, ce documentaire montre la disparition des actions sociales, dans une ville où le parti socialiste a été sacré en 1971 (congrès d'Épinay, qui favorisa l'accès au pouvoir de François Mitterrand)

Cette philosophie de vie, dans ces parcelles oubliées du véritable "vivre ensemble", des grands ensembles, forment autant d'individus et de chemins différents (futurs et passés). Ma mémoire s'y confronte ainsi en plafond de verre, mais ne s'y échelonne pas. Cette horizontalité rencontrée, radicale et jamais égalée par ailleurs est un fondement de ma vision critique de la politique, de l'éducation, et mon engagement artistique, indéfectibles du sens de la vie dans les enseignements pour les plus jeunes. Ce sont les mots dictés d'Hermann Hess (1877-1962 / romancier, poète, peintre et essayiste allemand puis suisse), dans ce film, en allemand puis en français, interprétés par le poète ami d'Ali qui transitent. Le poète communique ses doutes, philosophe par bribes et rassemble sa pensée autour de la notion de "visage collectif", que l'on retrouve dans la petite histoire de "'L'homme au nom de Ziegler", en citation au début de mon article. Dans ces croisements de personnages, si communs, les blessures existentielles sont aussi présentes que celle de la question ontologique du "qu'est-ce que vivre ?" Cette question, chaque protagoniste du film s'y cogne quotidiennement, en comptant les quelques sous pour acheter des bonbons, du jambon, du pain, ou bien à crédit. Ali, comme le début du mot alimentation, est celui qui donne la béquée comme il le fait, à un moment, à un enfant, il lui donne, comme un oiseau le ferait à son oisillon, quelque chose à manger. Une image furtive du film symbolise toute cette demande et ce don.

Dans le dossier de presse à la sortie du film (bien avant le décès tragique d'Ali) Chantal Briet dit ceci :

Oui, Ali est généreux. Il garde les principes, les beautés de sa culture kabyle, de l’hospitalité. N’oublions pas tout de même que nous sommes dans un lieu de commerce, dans l’échange, rien n’est gratuit. En écrivant ce film, j’ai beaucoup travaillé sur les notions de don et de dette. Qu’est-ce qui se donne, qu’est-ce qui se prend ? Jamaa se révolte à un moment, quand la notion d’échange ne devient plus si évidente... Et, de la même manière, dans ma relation avec Ali, quel était le contrat moral, puisqu’il n’y avait pas d’échange d’argent ? Qu’est-ce que j’allais lui apporter en échange de ce que je lui prenais ? Une autre image ? A la racine du mot don, il y a « dosis », la dose de poison...

Son souhait était d'évoquer une utopie, mais aussi une épicerie comme Agora. Mais aussi mettre en valeur le petit (épicerie) et non le gros :

Dans cette épicerie, les gens viennent chercher quelque chose qui ne peut être pensé ni mis en place par les politiques ou par les responsables de grandes surfaces.

On sent le malaise avec les politique de la ville et l'attente de la réhabilitation des lieux durant plusieurs années, la résignation, l'abandon, ou le combat, la patience inouïe, la soumission aussi.

Dans une interview Ali Zebboudj répondait gentiment aux questions :

Le film a-t-il aidé certains élus et responsables à mieux prendre conscience de cette réalité ?

AZ :
Le maire d’Epinay a pris ça à la légère au début, et puis son regard a changé. De toute façon, quand les banlieues ont flambé, ils ont pris conscience qu’il y avait un malaise. Et depuis, ils font très attention. On leur avait dit avant, gentiment, entre autres avec le film, mais ils ne nous ont pas écoutés. 

Justement, Alimentation Générale a été tourné avant ces émeutes de l’automne 2005. La situation vous semble-t- elle plus tendue aujourd’hui ?

AZ :
C’est une situation qui pourrait s’arranger, mais pas en créant des lois plus répressives. Il y a eu une prise de conscience. Les gens qui vivent dans les cités ne sont pas des légumes. Beaucoup sont des gens très réfléchis, et qui voudraient s’en sortir. Comme ils n’ont pas d’argent et ne sont pas lettrés, ils font avec la Cité, mais ce n’est plus comme avant. Même les jeunes ne veulent plus casser pour casser, ils ont passé un cap. Plutôt que casser la voiture du voisin, ils iraient plutôt casser dans les beaux quartiers de Paris. Quand un enfant est turbulent, c’est qu’il veut attirer l’attention. C’est une façon de dire : « On existe, pensez un peu à nous... »

Positiver, c’est plutôt ce que fait le film...

AZ :
Justement, c’est ce qui me fait plaisir. On a toujours montré de la banlieue les voitures brûlées, les bagarres... Tout n’y est pas rose, mais c’est ce qui fait le sel de la vie. Si vous saviez les peurs de ces jeunes que nous montrent les informations télévisées : ils voient un car de police à cinq cents mètres, ils sont tous dans les halls ! Vous croyez qu’ils ont envie d’aller en prison ? En tant que commerçant, on préfèrerait payer des animateurs que des voitures brûlées. Mais au lieu de ça, on laisse se créer un désespoir profond chez les gens. Ce qui n’empêche pas une grande solidarité dans le malheur, qu’on ne montre jamais.est turbulent, c’est qu’il veut attirer l’attention. C’est une façon de dire : « On existe, pensez un peu à nous... »

Toujours la même ambiance ?

AZ :

Oui, Jamaa vient de moins en moins, mais d’autres ont pris le relais. En fait, il y a quatre ou cinq personnes, Mamie, Jeanine, Aimée... qui me tiennent, qui m’empêchent de partir — des dames extraordinaires... Sinon, je pourrais prendre ma retraite. Ça fait bientôt vingt ans que je suis là. Je n’en connais pas beaucoup qui auraient tenu plus d’une année ! J’ai été volé onze fois, et pourtant toujours respecté. Un jeune a été voler au Leclerc pour me rembourser, un autre a tagué mon mur pour que plus personne ne le casse ! Les vieux ne veulent pas que je parte. J’ai de belles histoires d’amour avec eux. Hier, Kader a eu un fils, il l’a ramené direct de la clinique jusqu’à chez moi..

Comment imaginez-vous l’après- Ali ?

AZ :
Je n’y pense jamais ! Ça va vous paraître prétentieux, mais celui qui va me succéder ne restera pas longtemps. A moins que ce soit quelqu’un du quartier. D’ailleurs il y a deux grands de la Cité auxquels je pense. Je suis même prêt à leur faire un bon prix pour qu’ils puissent assurer cette continuité.

La musique ?

AZ :
La musique est ce qui me fait vivre. J’ai commencé à chanter très jeune. Mon père jouait du violon, ma sœur chante... Je chante pour marier les gens, égayer les soirées, alors que mon frère lave et chante pour les morts. Mon père faisait les deux. Il aimait la vie. Il est arrivé en France à douze ans et n’est pas souvent retourné en Kabylie. Il est mort ici, à Bichat.

Comme tous, sont passés à l'hôpital Bichat, ou sont nés à la clinique. L'existence est longue et parfois raccourcie comme celle d'Ali. Celle-ci est remerciée, et combien ne le sont pas. Le film de Chantal Briet amène à réfléchir sur ces boîtes. Beaucoup seraient d'accord pour envisager de détruire ces boîtes, mais celles et ceux qui ont un vécu sensible vous diront le contraire. Entre construction (invisible) et destruction, là s'opposent des forces politiques et économiques. Je pense aux indiens de la forêt Amazonienne. Ce sont les mêmes revendications. Leur forêt est sans cesse détruite, et leurs paroles n'ont que peu d'échos. Ils sont voués à une petite parcelle de vie, un petit territoire. Comme nous tous, en lutte contre l’ennui, la solitude, la dégradation matérielle environnante, l’indifférence extérieure, sans travail ou en prise avec de multiples "métiers à la con", phrase du film qui résume la stupidité des qualifications et des échelles de valeurs. On s'en va, tout nu, comme on est arrivé, dit aussi un autre acteur du film.

Documentaire de Chantal Briet, Alimentation genérale

Il y a des plans assez magiques comme frotter une petite lampe d'Aladin, un conte arabo-perse. Ali se retrouve à être massé par un Papi, qui disparaîtra aussi dans le film. Habité par ses mains magiques, il frotte le dos d'Ali, et on voit son torse nu, jusqu'à sentir le plaisir de ce massage jusqu'en dessous des oreilles. Un moment sensuel dans ce film qui révèle la cassure, coupure, séparation, autant de liens brisés avec l'autre, que relient Ali. Ce manque cruel d'amour, dans ces lieux concentrés des mal aimés. Un autre plan montre Ali en train de se perfectionner la voix, il chante et fait des vocalises avec l'aide d'une professeure. Chaque décor reste celui d'un cagibi, le fond de graffitis, de poussière, d'où sortent des mélodies humaines, des pensées magiques, là c'est la poussée de la voix, la caresse. Chaque décor misérable est là pour nous tromper. Ce n'est pas ce qu'il faut voir. Chaque être humain habite une mémoire de cette civilisation fossilisée, parquée. Les matinées ont été propices pour filmer car sinon, les jeunes n'auraient pas favorisé la capture. Au moment des endormis, peu de plans de nuit ou du soir.


Image du film documentaire de Chantal Briet, Alimentation genérale, 2005 (1h24)

Ce n'est pas dans le film, mais Hermann Hesse dit ceci dans son livre Le Loup des steppes (1927) :

Ma vie avait été pénible, incohérente et malheureuse, elle conduisait au renoncement et au reniement, elle avait le goût de l'amertume humaine, mais elle était riche, fière et riche, souveraine même dans la misère. Qu'importait que le petit bout de chemin qui restait jusqu'au crépuscule fût, lui aussi, lamentablement perdu; le noyau de cette vie était noble, elle avait de la dignité, de la race : je ne misais pas des sous, je misais des étoiles.

Nabile Farès écrivain, poète et psychanalyste dit du film :

Ce film montre quelque chose d’une étrangeté familière qui construit, pour elle même et pour l’entourage, une façon de parler ensemble dans des lieux relégués, mis à l’écart — des lieux de souffrance qui sont à la fois communautaires et font partie de la communauté française. Dans ce film, les personnages voyagent tous à travers une langue qu’ils connaissent, celle dans laquelle ils ont tous étés élevés, reçus, accueillis — ou moins bien accueillis — le français. C’est la langue que tout le monde partage, mais avec des accentuations différentes, des formes d’humour différents, ce n’est ni une langue totalitaire, ni une langue de plomb, ni une langue de slogan. Au contraire, c’est une langue de la brisure, de l’écueil, mais qui dit cela avec beaucoup d’humanité. Ce film dit comment les gens arrivent à se débrouiller : ils n’ont pas attendu qu’on vienne à leur place inventer quelque chose qui corresponde à la façon dont chacun se perçoit. Ce film est un dialecte, une parole singulière inventée au quotidien, dans ce lieu là, contre une langue d’exclusion. Là, la parole circule, elle invite, et elle évite l’effondrement...

Le titre “Alimentation générale” est un titre d’adresse, c’est une métaphore concrète de tout ce qui s’échange comme épices, de nourritures nourricières. On voit bien qu’il y a l’objet concret de la nourriture : parce que les gens sont pauvres, ils achètent ce qu’ils aiment, mais en petite quantité. Dans cette épicerie, ils y viennent pour y trouver ce qu’il n’y a pas dans les supermarchés : les caddies qui débordent, le manque de parole, etc

“Alimentation générale”, c’est une métaphore à propos de ce qui se réinvente, cela dit la nécessité d’une histoire à dire là où beaucoup de choses vont mal : le contraste est saisissant entre l’étroitesse de cette épicerie et la vastitude d’un dehors qui ne sert à rien, si ce n’est à isoler les gens dans leur cité, dans des places où ces gens ne se rencontrent pas, ne se rencontrent jamais...

Documentaire de Chantal Briet, Alimentation genérale
Il y a eu beaucoup d'hommages pour Ali Zebboudj, il ressemble a beaucoup d'autres personnes qui ne peuvent porter le fardeau du monde. Peut-être faut-il parfois laisser le monde et ses habitants à leurs solitudes.

La solitude est synonyme d'indépendance ; je l'avais souhaitée et atteinte au bout de longues années. Elle était glaciale, oh oui, mais elle était également paisible, merveilleusement paisible et immense, comme l'espace froid et paisible dans lequel gravitent les astres.

Hermann Hesse (livre Le Loup des steppes, 1927)


Par kiwaïda at 13:13

25/11/2015

♏☺ᾔṧтґℯṧ

Dai Nippon-jin, 大日本人, image du film du réalisateur japonais Hitoshi Matsumoto, 2007

Big Man Japan (japonais : Dai Nippon-jin, 大日本人) est le premier long-métrage du réalisateur japonais Hitoshi Matsumoto, sorti en 2007 au Japon. Il s'agit d'une parodie de films de kaijū (monstres géants), qui en présente une version « réaliste » et triviale, au détriment du personnage principal, joué par Hitoshi Matsumoto lui-même.
Big Man Japan commence comme un film documentaire consacré à Masaru Daisatō (Hitoshi Matsumoto), un marginal japonais détesté de ses voisins, qui est régulièrement appelé par le gouvernement pour combattre des monstres géants qui apparaissent dans l'archipel. Pour cela, il se rend dans une centrale électrique où il se transforme lui-même en géant. Son grand-père, maintenant en maison de retraite, avait occupé le poste, mais depuis cette époque sa fonction a perdu tout prestige : les audiences télévisées de ses exploits sont déplorables et son attachée de presse l'oblige à se financer grâce des publicités peintes sur son corps. Une série de fiascos contre des monstres particulièrement grotesques achève de le décrédibiliser (une sorte de bébé, une paire de monstres qui ne songe qu'à s'accoupler, etc.)
Alors que le début du film se présente comme un mélange de prises de vues réelles et d'images de synthèse, ses dernières minutes mettent le comble à la déchéance du personnage en étant tournées dans un décor en carton-pâte et des costumes rappelant la série télévisée des années 1960 Ultraman : une famille de super-héros américains intervient pour battre le bébé géant sous les yeux de Big Man Japan terré derrière un immeuble.

‾͟͟͞(((ꎤ ✧曲✧)̂—̳͟͞͞o

Très loin, mais pas si loin du cinéma d'Ozu, je poursuis l'exploration du cinéma d'Hitoshi Matsumoto avec son premier film de 2007 (voir Le samouraï sans épée). Toujours dans une réflexion de la société nippone, ici, d'aujourd'hui (ses inspirations sont puisées dans le manga, la série B, le jeux vidéo… ), plus loin de la nostalgie des années 50, nous sommes dans un scénario où la survie et le combat deviennent un métier difficile. Le réalisateur est le protagoniste du film. L'assemblage documentaire, interview et actions s'entremêlent et met en scène la vie d'un personnage banal, à travers des phrases toute aussi banales ("Comment se nomme votre chien ? Aimez-vous le froid ?) Mais je ne reviendrais pas là sur l'utilité des phrases inutiles, d'autant plus que dans ce film, sont soulevées des questions existentielles. Superbes réalisations inventives sur les différents Kaijū, ces bêtes étranges aux différents pouvoirs qui viennent troubler la ville. Ils sont parfois idiots, parfois débiles, tandis que le héros déchu, en les combattant, regagne la confiance des habitants de Tokyo. La trame de fond : l'insertion difficile dans la société contemporaine, le problème de l'emploi, l'éclatement de la cellule familiale (le héros est séparé de sa femme et de sa fille de 10 ans), la perte des traditions, les relations complexes avec la Corée et les États-Unis, la compétitivité. La dernière scène, où des copies d'Ultraman achèvent un monstre coréen, avec des costumes ridicules, insère des effets spéciaux maladroits et grotesques en souvenir de ceux des années 60-70, et décalés au regard des autres monstres patibulaires aux figures protéiformes et fines, présentées depuis le début. Les scènes finales des films d'Hitoshi Matsumoto sont toujours séparées de l'histoire et ne terminent pas le film, dans le sens qu'elles apportent une réincarnation ailleurs, un au-delà qui présume d'une suite, d'une vie après la mort. Le héros timide, réservé ne ressemble pas au protecteur d'une ville et c'est dans ce décalage grave et comique, (autoportrait du réalisateur marginale qui ne sauvera pas le cinéma ?) qu'opère son esthétique si singulière. S'il est, dans le film, un clochard mis au ban de la société, quadragénaire qui sombre dans la dépression et la marginalité, ce mélodrame foisonne de batailles parodiques, où le terrifiant s'accompagne volontiers d'un fou rire, lorsque le gag l'emporte. Les créatures aux connotations sexuelles, organiques et hilarantes, menacent le Japon. Il tempère afin qu'elles ne brisent pas tous les immeubles, les routes… Ce sens de l'absurde, met à distance le pouvoir, l'histoire, démystifie les invasions également, les catastrophes et l'ennemi. C'est une remise à niveau de l'histoire et ses drames par des combats de titans pathétiques. Un film expérimental dessiné par un humoriste délicieusement fou.

Par kiwaïda at 18:22

23/11/2015

ϴ♄α¥◎

Bonjour (OHAYO) Film de Yasujiro Ozu, 1959

Revoir Ozu… Il y avait quelque chose dans le film Bonjour qui m'était resté en mémoire : la protestation des enfants.

L'histoire :

Minoru et Isamu vivent avec leurs parents dans la banlieue de Tokyo. En rentrant de l'école, ils aiment à s'arrêter chez un voisin qui a la télévision pour regarder des matches de sumo. Leurs parents, mécontents, leur interdisent d'y retourner. Pour protester, Minoru et Isamu entament une grève de la parole, qui va provoquer par ricochet de nombreuses incompréhensions parmi les voisins.

En revisionnant le film, je remarque autre chose, toujours traversée par nos actualités politiques et socio-culturelles vues d'ici. Minoru et Isamu, critiquent les comportements de leurs parents, ou le modèle de l'autorité (du quotidien), tel qu'il leurs est perçu. Une approche philosophique du film concentre son développement sur ce quotidien, dont nombre de formules, perçues comme 'creuses' du point de vue des enfants, ponctuent la journée, comme "Bonjour", "Il fait beau aujourd'hui", "Comment allez-vous ?". Les enfants les perçoivent comme des formules hypocrites, où rien ne s'échange vraiment, alors que dans leur monde de jeux, ils s'expriment librement. Le père insiste sur le fait que les enfants doivent se tenir et ne pas parler à tort et à travers. Le fond historique du décor du film est la transformation de la société japonaise. D'un côté nous avons un panorama du voisinage où la rumeur et les jalousies se colportent d'une porte à l'autre et peut dégrader la dignité des femmes (sur ce fait on peut toujours l'observer de notre côté aujourd'hui), des rapports inégalitaires entre femmes et hommes à la maison et de l'émergence des femmes dans le monde du travail (toujours d'actualité), dans un décor représentant la banlieue de Tokyo ;  de l'autre, il y a l'introduction d'un média de sons et d'images en mouvement : la télévision.
C'est toute une interrogation du message (et de sa transmission, sa compréhension, son interprétation) qui travaille le monde des enfants, mais à travers aussi, l'avènement des émissions télévisées. Émettre et transmettre, ici, se différencient, même s'ils procèdent tous deux de la médiation.

Petit aparté historique :
L'invention de la télévision est l'aboutissement d'une longue chaîne d'innovations entre scientifiques, ingénieurs, écossais, allemands, américains, et américain d'origine russe… qui débute officiellement en 1926 (nous savons combien les recherches antérieures et les découvertes contribuent aux officielles démonstrations)… Côté français, on note en 1931 la première émission de télévision publique : L'ingénieur français René Barthélemy réussit pour la première fois en France à retransmettre une image de 30 lignes entre Montrouge et Malakoff en banlieue parisienne. Directeur du centre expérimental de Montrouge, Barthélemy a développé un procédé de télévision qu'il ne cessera de perfectionner. Quatre ans plus tard il réalisera la première émission régulière de télévision française. Côté japonais, la NHK, compagnie de diffusion au Japon, a commencé à émettre en 1925 et sa propre chaîne en 1953, la couleur arrive en 1960.
Dans Bonjour, le film d'Ozu, la référence est plus généralement faite aux États-Unis, dont l'occupation du Japon a pris fin au début des années 1950.

Si les enfants filent chez leurs voisins plus modernes, afin de regarder des parties de Sumos (en noir et blanc) en évinçant leurs devoirs, c'est qu'ils se rassemblent sur quelque chose qui leur parait "plus" animé que les conversations "inutiles" de leurs parents. Cette illusion arrivée, l'écran télévisé, l'objet conflictuel, défie la culture traditionnelle des parents japonais, et l'attitude décontractée amenée par l'usage anglophone met en perspective le changement des espaces de convivialité. Comme dans toutes transformations de rites et de repères, l'accompagnement des parents joue un rôle élémentaire, dans la capacité à inventer de nouveaux dialogues et jeux avec les enfants, tout en gardant et en transmettant les fondements de leurs cultures. La machine à laver est aussi, du côté des femmes, un objet qui va révolutionner les tâches domestiques, mais aussi maintenir la dichotomie entre hommes et femmes très longtemps (la femme a une machine à laver, l'homme un ordinateur) et sera transmise de parents aux enfants. On peut observer que depuis ces années 50, la condition de la femme n'a pas évolué aussi vite que le bouleversement des us et coutumes et des technologies.
L'esthétique dépouillée d'Ozu, dans ce film, devient un modèle dans le design contemporain. Le fameux siège où s'assoit le petit frère attachant Isamu, les pulls marrons à bandes bordeaux, les espaces cloisonnés par des pans légers et amovibles, les tables basses et la relation corporelle au sol, l'importance du riz, comme ciment des repas entre enfants et parents, même lorsque les enfants font grève de la faim, il se retrouvent à voler le récipient où se cuit le riz afin de se rassasier avec leurs doigts, sans les baguettes... Et nous remarquions les superbes étiquettes, larges et assez grandes, au dos des pantalons des enfants.


I LOVE YOU

Le professeur d'anglais est celui qui va éclairer et parfois réussir à rompre le silence, sans toutefois abandonner la courtoisie des phrases futiles. La langue anglaise arrive dans le film en clin d’œil et langage amoureux petit détonateur de situation décalées et humoristiques. Le petit Isamu va souvent dire "I love you", avec une rapidité et une facilité déconcertante, sans l'associer au sens, quand bien même la déclaration d'amour des adultes japonais s'avère plus difficile et un long chemin de séduction, qui passe par les formules perçues comme insipides pour les enfants. Le professeur d'anglais amoureux, et son amoureuse, femme moderne qui travaille et lui demande des textes de traduction, forment le couple dialoguant, avec pudeur, sachant lire avec l'expérience dans ces "Bonjour" et ces "Il fait beau". Les enfants sont là exclus de ces formes de dialogue en leurs présences, d'un langage qui leurs demeure secret finalement, car encore sans expérience de vie. Ils sont néanmoins témoins et bien inclus, dans le monde des adultes avec leurs activités, dans la même communauté de vie. Les enfants faisant la grève à la parole afin de protester contre leurs parents, inventent une forme pacifique de protestation et s'évertuent à "tenir parole", quand bien même le père leurs donnait une leçon sur le langage et le respect. Et nous voyons dans le film, qu'il n'est pas si psychorigide que les enfants veulent le faire paraître. Même si, au début, le père n'est pas dans l'écoute de son fils ainé qui lui fait face, mais dans l'idée de rétablir l'ordre et surtout, le faire taire. Dans son rôle de l'autorité, qu'il tente de tenir, le père (et la mère) émettent au fur et à mesure, des concessions, une écoute, une observation, qui permettent aux uns et aux autres de continuer à vivre ensemble, et d'accepter un nouvel objet extérieur, communiquant. La mère et le père seront unis dans cette évolution enfantine, tout en gardant l'espace de chacun, viable, même dans de petits espaces familiaux. Sans violence, dans ce film, les parents vont même s'amuser de l'attitude de leurs enfants et observer jusqu'à quand vont-ils tenir. De leur côté, les enfants vont éprouver le langage et l'utilité des formules qui leurs paraissaient inutiles dans la société.

On lit la méfiance d'Ozu dans un ordre qui serait absolu ou tout puissant ne serait-ce que par la quasi absence de la télévision, cet objet de communication qui créé le désordre familiale. Ce rapport à la puissance et l'impuissance de la parole devient ici créative et même récréative dans cette famille. Cette réflexion médiatique dépasse donc le désœuvrement qu'amène un nouveau pouvoir, celui des images télévisées, par le cinéma et sa mise en scène (du cinéaste réfléchissant sur son médium)
Mon analyse du film d'Ozu tourne autours de la relation entre enfants et parents. Les mots d'ordre du père qui étouffent la parole de l'enfant et le désir de l'enfant de prendre la parole et dans l'impasse de pouvoir le faire, impose son silence et tient parole, jusqu'au consensus. Quelque chose entre ces enfants qui ne parlent plus à leur père et imposent le silence.
Ozu explique sur Bonjour que "l'on peut bavarder à l'infini sur des choses insignifiantes, mais quand on arrive à l'essentiel, il est très difficile de dire quoi que ce soit". Et comme le dit le professeur d'anglais : "Il faut parfois dire des choses importantes". À la fin du film, les amoureux, sur le quai d'une gare, échangent des formules creuses, mais spectateurs, nous pouvons comprendre alors, en clin d’œil au développé du film, que celles-ci cachent une épaisseur des sentiments partagés, de communion, que seuls les amoureux peuvent comprendre. N'a-t-il pas là découvert le secret ? Tout se résout à cet instant. Ce film plaisant, fait de la plaisanterie, de joyeux désordres entretenus éloignant l'ordre établi.
La fin se termine très bien, par une entente et une écoute des parents et des enfants. Le temps que le film s'achemine et la famille s'est transformée avec l'usage des objets, l'usage du langage. C'est infime mais cela augure de plus grandes transformations. Et les enfants ont grandi.
Ce film garde une fraîcheur et une légèreté sur l'éducation propice à la réflexion, à l'aune de notre monde contemporain et des introductions radicales qui offensent actuellement nos cultures occidentales, notre vivre ensemble. Je regarde du côté de l'histoire au pays du Soleil levant, car il y a là, un apport étranger, exotique et bénéfique à la distanciation. La sympathie et le calme que révèle le regard d'Ozu, est une belle leçon. La scène du Hula-Hoop est ma préférée.

Réflexions plus graves ici, à la recherche de la paix :

Quand les enfants de notre pays en arrivent à la radicalisation et défient notre modèle culturel en tuant leurs proches, des individus de leurs âges bénéficiant des mêmes droits, c'est qu'il y a une crise profonde dans l'éducation, dans notre société. De jeunes gens ont tiré sur d'autres jeunes gens et se sont tués, dans des quartiers qu'ils connaissaient. Les cibles ne sont pas politiques. Ici la simple connaissance est bien séparée de la reconnaissance. Ces criminels n'ont pas connaissance de leurs droits, autrement que celui, amateur, de l'utilisation des armes. Le "Bonjour" et le "Il fait beau" a définitivement disparu de leur mode de communication. Il faut beaucoup souffrir pour avoir le besoin imminent de trouver un repère, un père virtuel qui puisse dicter une loi simplifiée de la raison de vivre. Elle se transforme, in fine, en la recherche d'une raison de la mort. C'est une logique et celles et ceux qui ont besoin d'une logique pour comprendre le monde sont bien malheureux. C'est la fin de l'imaginaire.
Il serait glaçant de penser que cette loi dictée, cette voix serait juste émise depuis un téléphone jetable, un signal, des signaux dégradés, dématérialisation des commandants, des commandes. Il se peut que nombre d'opérations foirent ou s'annulent aussi, grâce aux intermédiaires dégradés et défaillants. Tout comme quiconque peut ne rien comprendre d'un site Internet et de ses écrits, ses visuels, et malgré tout adhérer au contenu, à la forme, sans rien analyser et sans rien y voir.

Pour revenir à la logique, comme l'écrivait la philosophe Hannah Arendt, dans son travail sur la politique et la désolation :  "La seule faculté de l'esprit humain qui n'ait besoin ni du moi ni d'autrui ni du monde pour fonctionner surement est l'aptitude au raisonnement logique". Toutes ces leçons ne sont pas tirées et je l'observe au quotidien, même dans des milieux où les bibliothèques et les professeurs ne manquent pas. Les livres ne peuvent remplacer l'expérience de vie. Les livres et les lignes de mots illustrent notre histoire. Notre présent, ces instants fébriles, ont très peu de livres et de lignes de mots pour illustrer ce qu'il advient. La distance peut prendre un certain temps, des siècles.
- Quelle civilisation sera mieux penser la nôtre ?

"Tu ne tueras point" se trouve dans toutes les religions.

Le droit à la vie

Il s'agit du droit à ne pas être tué. La réprobation de l'homicide. Le droit à la vie est comme le « Tu ne tueras point ». C'est repris dans la déclaration universelle des droits de l'homme de 1948.
Le droit à la vie a été invoqué pour protéger le citoyen contre ce qu'il considère comme « un meurtre légal », autrement dit : la peine de mort. Certains pacifistes, ont par le même raisonnement utilisé le droit à la vie pour combattre la guerre qui serait « le droit de ne tuer personne et de ne pas être tué ».

Le droit de ne tuer personne et de ne pas être tué

 J'entends si souvent les grues migrer ces jours-ci, leurs cris que j'interprète comme des enthousiasmes collectifs. Je viens d'en entendre à l'instant dans l'écriture de cet article, long et libre. Longs et libres sont ces envols des oiseaux vers d'autres contrées. Hier soir encore, je les ai vues, en V, au dessus des nuages, du bleu roi du ciel et de la lune blanche.

L'enfant est capable de créer de nouvelles valeurs.
- Les parents sont-ils en mesure d'écouter leurs enfants aujourd'hui ? Les enfants sont-ils en confiance avec le monde des adultes ? Les enseignements peuvent-ils désarmer ce qui advient ?
Éloignés de notre société sont les enseignements bouddhistes, desquels j'ai beaucoup appris, et surement si peu retenu. Le Bouddha avait analysé cette question du désir et de l"envie. Il vit qu’à l’origine de notre malaise il y avait le désir : l’envie d’avoir ou d’être toujours plus.
Ces jours-ci je pense à comment se matérialisent en violence, l'envie, la frustration, le désir, la jalousie, mais aussi à la perte de connaissance de comment faire la paix. Notre société l'a-t-elle su un jour ? Cette dernière, est une valeur qui a complètement disparue de nos enseignements.

Résister aux formules lapidaires, pouvoir continuer à écrire longuement, ne pas entrer dans la formule militaire des armements, du surveiller punir, et des cadenas qui clôturent les portes des enseignements, ne pas être soumis aux imbéciles commandants qui ne savent ni écrire ni lire et se refusent à comprendre tout contenu, s'employer au discernement.
Accorder à tous la faculté de raisonner, de penser, plutôt que d'exploiter les commisérations à des fins politiques. Il me semble que le concept de guerre n'a pas été revisité depuis des lustres et manque d'imagination, son recours à la force afin de régler des différents est une stratégie qui recule, plus qu'une tactique avancée. Le criminel et l'ennemi ne se distinguent plus de la masse des innocents et ne détruisent aucune armée. Les catégories opposées dans les guerres classiques ne sont plus opérationnelles. Seules la menace et la terreur deviennent des objectifs qui touchent la subjectivité de chacun, de chaque cœur. À cela, la distance critique des citoyens contre tout état sécuritaire, empêchant les libertés, peut devenir un moyen d'assouplir et redonner confiance, en une capacité de réflexion, non négociable, dans la liberté de penser. De nouvelles formes de protections sont à inventer également. Se refuser à céder à l’effroi paranoïaque pour une résistance éthique, éloigner de soi la défiance et la suspicion : nous avons là un travail intérieur à réaliser face aux menaces extérieures qui diffusent la peur.

Avec un Ozu, tout devient possible.
- N'est-ce pas armés par ces œuvres disséminées, vestiges éparses de notre civilisation, que la confiance revient ?
Légèreté et fraîcheur dans un monde toujours plus lourd et grave, sans humour.
Du côté du Soleil levant imaginé, je me réveille souvent afin de trouver la paix.

O Livro do desassossego de Bernardo Soares est une œuvre posthume du poète portugais Fernando Pessoa (1913-1935), qui veut dire "Le livre de l'intranquilité". Un siècle passé déjà.
Je me sens intranquille comme dans ces poèmes. Je boude souvent comme le petit Isamu.
Je proteste contre toutes formes de violences imposées.

❥ OHAYO !

Par kiwaïda at 14:58

22/10/2015

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Image du film : GREEN PORNO: Starfish | Starring Isabella Rossellini

J'ai découvert les films d'Isabella Rossellini lors du Festival Pocket Films, (sa 4e édition en 2008), à Paris, au Centre Pompidou. J'étais venue accompagner les étudiants en art, sélectionnés pour cette édition de l'atelier de recherche et de création, que nous avions menés en école d'art, ils présentaient des films réalisés sur téléphones. Isabella Rossellini était invitée j'ai pu voir ses réalisations, montée sur l'estrade, au même titre que les jeunes étudiants, qui ne la connaissaient pas, c'était vivifiant ! J'ai beaucoup apprécié sa démarche, très innovante, et de loin, les meilleurs films présentés. Isabella Rossellini a écrit, produit et réalisé, en association avec Sundance Channel, une série originale de films courts pour téléphones portables sur les mœurs sexuelles des insectes. Déguisée en abeille, en ver, escargot, araignée..., elle y décrit avec humour, leur système de reproduction et met en scène des décors et des astuces de création qui ravivent la création de domaines cloisonnés, entre théâtre, animation, illustration, documentaire scientifique, comique, burlesque... Ce qui était d'autant plus élégant dans ce burlesque créatif, c'est l'histoire de cette actrice (sublime héroïne, entre autres, du film Blue Velvet de David Lynch, sorti en 1986), mannequin (égérie de la marque Lancôme de 1983 à 1995), fille de monstres sacrés du cinéma (l'actrice suédoise Ingrid Bergman et le réalisateur italien Roberto Rossellini), et là réalisatrice en toute liberté, sur de nouveaux outils de diffusion, de nouveaux formats, genres. Elle s'intéresse aussi à la caméra fixe, et non pas celle sans arrêt en mouvement, ce qui lui permet, dans un cadre réduit d'être très inventive. Décors, costumes, volumes, papiers et même scènes minuscules, "vrais joke", maquettes... inspirés du cinéma muet. Éducatifs, ces petits films sont souvent censurés par les canaux de diffusion sur le Web, belle torsion à ce que l'on catégorise de porno.

Image du film : GREEN PORNO: Whale | Starring Isabella Rossellini

Une interview sur Court-circuit n° 456 - Spécial Green Porno est visible en 2 parties (partie 1, partie 2)

Après avoir exploré les mœurs sexuelles et les techniques de séduction des insectes, poissons et autres bêtes qui volent ou qui nagent dans les séries documentaires "Green Porno" (2008) et "Seduce Me" (2011), Isabella Rossellini s'attaque au thème mythique de la maternité avec "Mammas", dix épisodes de trois minutes cette année.

Isabella Rossellini reprend des études à l'université, s'intéresse à l'éthologie, la science du comportement des animaux, et vient de terminer son master (juin 2015) Elle vit à New York, est d'origine italienne, la langue de famille est restée le français, car sa mère suédoise et son père italien avaient cette langue en commun.
Sexagénaire, son interview à la Cinémathèque, le 27 juin 2015, nous livre une expérience de sa vie d'artiste. En vie.

Image du film : GREEN PORNO: Shrimp | Starring Isabella Rossellini

Image du film : GREEN PORNO: Bee | Starring Isabella Rossellini

Image du film : GREEN PORNO: Bee | Starring Isabella Rossellini

Par kiwaïda at 16:32

20/10/2015

Ḻℯ ϟ@μ☺ʊґαï ﹩@η﹩ é℘éℯ

Image du film Saya Zamuraï,  Hitoshi Matsumoto (2012)

Saya Zamuraï est un film du réalisateur japonais Hitoshi Matsumoto (2012)
Les premières images captent l'attention, sur un chemin dans une forêt, sous l'ombre des arbres, la lumière pénètre et ouvre la première scène du film : un homme essoufflé court face à la caméra, le fourreau de son épée, vide, il s'arrête, tousse, semble épuisé… mais il continue. Une petite fille en kimono, le suit, court derrière lui, elle semble se préoccuper de la course de cet homme. On peut les associer, quelque chose de fort les lie. Toute l'histoire tient à ces premières images. La relation entre le père et sa fille sera développée en plusieurs chapitres, où comment la petite fille va reconnaître samouraï, son père sans épée, comment ce samouraï va-t-il honorer les espoirs de sa fille. Une histoire d'amour filiale, avec un parcours burlesque, un scénario fou, plein d'inventions.
C'est l'histoire d'un héros, répudié par tous, mais admiré par tous aussi, au final, dans sa ténacité, relevant tous les défis pour que le sourire d'un petit prince tombé dans une profonde dépression mélancolique, suite à la mort de sa mère, puisse poindre.

Image du film Saya Zamuraï,  Hitoshi Matsumoto (2012)

L'ultime geste est celui du suicide (de faire "seppuku"), une éventration au sabre, littéralement "coupure au ventre", ou aussi Hara-kiri. Une finalité exercée par les hommes, apparue au Japon au XIIe siècle, interdite depuis 1868.

Ventre :

Espace de la volonté et du courage en Asie. Avoir un gros ventre, en Occident est souvent une moquerie. Au Japon, c'est un compliment qui signifie, avoir un grand cœur. De tradition, lorsqu’un échec est constaté, il est pleinement assumé, les Japonais cherchent rarement à fuir leurs responsabilités. Aujourd'hui, les japonais n'ont pas recours au suicide, mais on peut observer que les hommes politiques japonais démissionnent lorsqu'ils doivent faire face à une faute, une accusation grave ou une menace de condamnation. Ils ne font pas appel tandis que dans les pays occidentaux, l'appel est souvent suspensif de la peine.

Dans ce film, comme dans tous les autres que j'ai pu voir d'Hitoshi Matsumoto, la fin est toujours inattendue, mais évoque une forme d'éternité. Faire rire ou mourir. Le film a pour objet d'étude, le deuil, avec pour mission, les performances d'un clown et ses échecs comme divertissement publique. Les gags s'enchainent et la répétition de leurs apparitions finissent par être populaires et très attendues. Ce héros déchu, devient célèbre, encouragé, celui que sa fille décevait, se retrouve aimé, le héros de sa fille, qui ouvre chaque performance et soutien son père jusqu'au bout. Une belle histoire d'amour.

Une illustration de la difficulté de distraire un public capricieux, lorsque l'on dépend de son appréciation. Le cinéma, le réalisateur, connaissent la variabilité de ces efforts et de ces échecs, face à sa popularité, ou bien, le devenir culte d'un film pas apprécié dans son temps, mais bien plus après. Dans le film, les réactions des spectateurs face aux pitreries du samouraï sont inattendues et forment de façon caricaturale, des scènes semblables à celles des péplums et des gladiateurs qui se battent au gré des pouces levés ou baissés. D'ailleurs cette légende a été créée par Hollywood, ces gestes n'ont jamais existé dans l'Antiquité. Ils ne sont pas sans me rappeler l'icône choisie par Facebook du pouce levé… Mais laissons là les américains et retournons au film japonais déjà culte.

C'est aussi le chemin d'une fille afin de reconnaître le courage de son père, sans épée, dans un monde sans pitié. Le symbole du fourreau désamorce la violence et renforce une virilité en creux.

Hitoshi Matsumoto est un artiste complet et insaisissable, écrivain, chanteur, acteur, réalisateur… Derrière le comique désabusé de ses films, ses réflexions sont plus graves et philosophiques. Il échappe aux conventions de genre, inaccessible et très en avance sur son temps.

Son film japonais, Symbol, (Shinboru しんぼる) - 2009, avait attiré mon attention. J'adore ses films, il y a un petit côté Seijun Suzuki, dont j'avais écrit à propos de Pistol Opera, just pretty near-incomprehensible for people with a well-functioning mind. Hahaha. Thank's to my lovely graphic boy.

Image du film Saya Zamuraï,  Hitoshi Matsumoto (2012)

Par kiwaïda at 21:19

13/09/2015

〇 ᓮﬡᙓᖲᖇᓰᗩﬡ♈ᗴ ᑕᗩﬡ♈ᗝ ᖱᗝᔕ ☂ᙓﬡ♈ᓰᒪᖺõᗴᔕ

Image du film : Les mille et une nuits - L'Enchanté, de Miguel Gomes (2015)

L'enchanté, troisième volume de Miguel Gomes, réalisateur portugais dont j'avais déjà écrit un article sur son film Tabou.
Hasard, la salle de cinéma était non loin de ma mission parisienne. Je commençais par ce film, par la fin, car je n'ai pas vu les autres. La ville en province où je vis, ne diffuse pas les films de Gomes, qui ont reçu une critique élogieuse, en France. Je n'ai lu aucun article, confiance. Commencer par le troisième, c'est rentrer en osmose avec le livre ouvert de ce conte magique. Dans la lumière imaginaire d'un Bagdad, je reconnais la ville de Marseille telle que je l'ai photographiée, dans l'un de mes albums photographiques nissologiques (DEPP, BONJOUR, JUNGLE) une trilogie également ;.)

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Image du film : Les mille et une nuits - L'Enchanté, de Miguel Gomes (2015)

Coïncidence, il y a dans ce film un long moment documentaire sur une communauté d'hommes qui écoutent des oiseaux chanter, plus exactement des pinsons. Sur cette marginalité, près d'un aéroport lisboète, la séquence nous montre une organisation secrète. Ces hommes ne parient pas sur des joueurs de football, mais capturent des pinsons, les nourrissent et les hébergent dans de petites cages afin de les entrainer à développer leurs chants, les enregistrer. Un domaine se développe dans l'espace, car il s'agit avant tout de territoires. C'est toute une culture migratoire, comme dans chacun de ses films, qui agit chez les lusophones. Se réchauffer le coeur en regardant le film de ce réalisateur portugais, c'est aussi se sentir appartenir à cette culture là, celle qu'adorent les intellectuels français, aujourd'hui. J'essayais de trouver une explication. Les français ne peuvent pas réaliser de films engagés, de contre-pouvoir qui décrivent leurs pays, leurs manifestations, alors ils récompensent un film d'un autre pays qui le fait sur son propre pays en crise.

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Image du film : Les mille et une nuits - L'Enchanté, de Miguel Gomes (2015)

Au Portugal, le troisième volume ne sort que début octobre, voici début septembre, qu'à Paris, j'ai pu le voir. Mon ami parle de la liberté poétique des portugais, quelque chose qui n'existe pas en France. Je pense au mélange de cultures ramifiées, Indes, Brésil, Chine, les îles, l'Afrique… et cette singularité à survivre dans la misère, le dénuement le plus total, mais joyeux, de fêtes et de danses maritimes, avec ces éclats de lumière, observer tout ce qui n'est pas rendu visible, les beautés des marges, et d'imaginer tous les possibles. La force de création se fait par l'imagination, d'un petit pays, avoir inventé les cartes du monde et découvert les autres continents, les îles et les langues. Un pays ouvert sur la mer. On m'a toujours appris qu'il ressemblait à un visage tourné vers la mer. Si chacun, dans ce film, parle de la perte d'emploi, de ce que l'on était avant et de ce que l'on est plus, des inventions et histoires croisées, c'est souvent en terme d'une nostalgie, dans ce volume (il est dit, la nostalgie de Bahia)

Je pense aux 2 verbes "être" portugais (Ser et Estar : : être ce que l'on est, et être là où l'on est) qui évoquent déjà l'être et le déplacement. La langue portugaise (et espagnole), possède cette conciliation de l'identité (Ser) avec la réalité (Estar). La complémentarité entre ces deux dimensions rapproche l'être immigré ou issu de l'immigration, où se jouent l'absence, les retrouvailles, l'espoir, le manque, le développement régional, tout comme celui de l'appartenance et des contacts avec une autre région, un autre pays. De mon point de vue, la naissance de l'imagination (des images) arrive dans ces êtres et devient prolifique dans la création. Le va-et-vient entre deux états, entre deux pays, entre deux lieux, entre la séparation et le rapprochement des impossibles, des étrangetés, font partie d'une culture d'adaptation. Être invisible, être intégré, devenir autre, la métamorphose devient une richesse qui invente son territoire, toujours singulier. Le mot "saudade" est un mot qui a la charge de ces séparations, de la distance et de la proximité dans le même temps, une oscillation entre le ici et le là-bas. La double étymologie du mot : solitas et salus (solitude et santé), en fait une aporie.

Shéhérazade, une des héroïnes de l'histoire, qui laisse quelques textes, et lorsque le jour se lève, elle se tait, interroge et doute, tout comme elle contemple tout ce qu'elle voit. Son inquiétude fait naître un art divinatoire, jusque dans l'humilité de l'épisode du "Chant enivrant des pinsons".

J'écrivais ma désolation sur les évènements dramatiques en France début janvier et je parlais du livre de la conférences des oiseaux (du poète soufi persan Farid Al-Din Attar). Dans le même moment, j'étais attaquée dans ma profession, celle de professeure, par la direction de mon école, avec des courriers si mal écrits que je m'interrogeais sur le rôle de l'enseignement et la maltraitance des hommes et femmes de paix. Il y a encore, beaucoup d'ignorance dans notre pays. Cela entraîne un rejet de tout ce qui parait étranger, différent. Les jeunes sont les plus touchés, le domaine de l'éducation. Et toute forme d'autorité, peut devenir dangereuse lorsqu'elle ne connait rien. Comment cela était-il possible, comment cela arrivait-il, dans notre pays ? Cela arrivait, par milliers et par de multitudes de signes. La création : dans le film de Miguel Gomes, j'étais rassurée de parler la même langue, la poésie et d'être de nationalité poète. Éclatement, démesure, fantaisie, exotisme, charme, pauvreté, merveilleux baroque, doutes et perfections… Les films longs, les longs textes et les grands contes, les peintures murales et les chants d'oiseaux, tout ce que les dictatures censurent. L'exclusion agite des courriers avec les logos de ministère et falsifie les oeuvres et les enseignements. Et d'un autre côté, nombre de citoyens français rêvent et ont besoin des rêves des artistes, de leurs mots, leurs créations, leurs images, leurs musiques, leurs humours, alors ils soutiennent encore ces voix, ces élixirs de bonheur, le savoir vivre et inventer sans grands moyens. Non la terre n'est pas plate les amis.

Image du film : Les mille et une nuits - L'Enchanté, de Miguel Gomes (2015)

“O Inebriante Canto dos Tentilhões” é um daqueles exemplos onde a realidade supera em absoluto a ficção. Entre as pilhas de cds e mp3 que, para desespero das mulheres dos passarinheiros, reproduzem em loop os cantares de mestres com que os mais jovens tentam virar os seus pássaros, irrompe, de forma inesperada, uma beleza. A nossa incredulidade e preconceito dá lugar ao fascínio. É evidente que quem antes não gostava de Marante não saiu da sessão d’«Aquele Querido Mês de Agosto» com vontade de ir ouvir na integra o último disco dos Diapasão; do mesmo modo, não creio que depois d’«As Mil e Uma Noites» sejam muitos os que se vão dedicar a fazer remixes de cantares de tentilhões. Mas é verdade que Gomes tem um jeito de escapar à armadilha do ridículo sem cair no romantismo balofo. Em «O Encantado», a atenção da câmara descobre a força revolucionária do belo numa atividade perfeitamente inútil: ensinar pássaros a cantar. Mas, justamente, a beleza está em não precisar de ser mais nada, não precisa de justificação ou legitimação. É esse também o poder das histórias.

A analogia é delicada e trágica: tal como Xerazade, os tentilhões, que são pássaros territoriais, cantam para defender a sua casa, cantam para não serem mortos; mas, às vezes, podem morrer de tanto cantar. Foi esse o risco que Miguel Gomes aceitou correr com este filme polifónico, e não perdeu.

Miguel Gomes parle des types qui élèvent des pinsons dans les bidonvilles de la périphérie de Lisbonne et les entraînent pour des concours de chant.

Des personnages très rock'n'roll, avec qui nous avons mené près de cent cinquante heures d'interviews et qui me donnaient l'impression d'être dans un film de John Carpenter. Ils me faisaient entrer dans un monde codé, secret et clandestin, puisque leur pratique est illégale. Ces personnages m'évoquent le rock de Springsteen et les livres de Borges. Ils vivent en marge de la société, personne ne sait qu'ils existent. “C'est grisant d'aller contre la tendance actuelle qui est de donner son avis tout de suite.” Nous, nous les avons trouvé sur YouTube, où quelqu'un avait mis en ligne une vidéo d'un de leurs concours. Les visages de ces hommes qui boivent de la bière en silence, en écoutant les oiseaux chanter, ça m'a vraiment ému. Avec eux, j'ai découvert un autre Lisbonne, une ville chaotique à la lisière des forêts où les gens cultivent encore des habitudes de campagnes. Dans ce film, j'ai vraiment appris des choses sur mon pays, découvert une multitude de personnages qui portaient tous une multitude de fictions.

Par kiwaïda at 21:53

20/05/2015

ℒ@üґℯηḉε Åη⑂ẘα⑂﹩

Laurence Anywhays, film de Xavier Dolan à revoir ici ou ici (The knife, etc.)

Par kiwaïda at 01:07

20/10/2014

ᗩᘐﬡèᔕ ᐯᗩᖇᖱᗩ

Agnès Varda, réalisatrice dans son film "Les plages d'Agnès" (2008)
Elle est photographe, réalisatrice de cinéma et plasticienne française, née le 30 mai 1928 à Ixelles en Belgique.

Les films d'Agnès Varda sont étonnants, une mine d'idées, d'inspirations, des sources citées, aimées, recollées, un travail de mémoire manifeste, des ballades géniales, des couleurs, des espaces, des temps différents rassemblés et parcourus sur un pied si léger, si habile de son regard, une cinéaste plasticienne à part entière : un phénomène génial ! Tardivement j'arrive à deux films, son autobiographie, "Les plages d'Agnès" de 2008 et le film "Jane B. par Agnès V.", sorti en 1988. En une vingtaine d'années, la cohérence de son portrait kaléidoscopique se retrouve, avec cette même empathie enjouée et cette fraîcheur virtuose. Car il faut être assez vif d'esprit pour traverser les gens, les genres, tout en restant intacte, une bulle de savon dans l'eau savonneuse, mais au dessus de tous. Ses films interprètent toute idée du vécu, en tant que véhicule de vie. La densité de ses références et la maturité de sa méthode cinématographique unique, comme une plasticienne qui met en forme ses souvenirs et s'amuse de tout objet, les tricotant les uns aux autres, afin que le tissu soit indéfectible, une trame dont elle seule a le secret. Il m'a semblé qu'elle réparait tout en recollant des morceaux, ainsi, même si elle évoque les morts, ses affinités, ses proches, ses pairs et ses chéris, elle nous les révèlent vivants dans sa mémoire et leurs oeuvres, donc aussi traversants le temps. Quelle découverte la trouvant dans une baleine, reine à son éventail de trucages, faisant miroiter les vagues et les membres de son équipe ! Quelle découverte la remarquant peintre : si ce n'est de sa maison, de ses cheveux, de son âme, elle donne le ton, afin que tous ouvrions nos esprits, plus libres et plus reconnaissants.

Merci pour ces découvertes, gardons à l'esprit toutes nos pommes de terre ;.)

Film "Les plages d'Agnès" d'Agnès Varda (2008)

Extrait de l'article sur Wikipédia :

« Si on ouvrait les gens, on trouverait des paysages. Moi, si on m’ouvrait, on trouverait des plages. »

(Agnès Varda)

Autoportrait de la plus célèbre Française photographe-réalisatrice-féministe. Agnès Varda remonte le fleuve du temps en barque à voile (et se revoit en ado), refait (à reculons au sens propre comme au figuré) le parcours de ses « 80 balais et balayettes » offerts par son voisinage lors de son anniversaire en mai 2008 (ustensiles en crin et autres matières, d’une diversité équivalant à celle de ses œuvres). La cinéaste, qui aime bien consigner, ranger ses souvenirs dans des cahiers et amasser des tas de photos, répertorie les faits marquants de sa vie (privée et artistique) qui seraient comme autant d'images reflétées par des miroirs dispersés sur la plage de Sète. Avoir été conçue à Arles lui valut d’être baptisée « Arlette », prénom qu’elle a officiellement remplacé par celui d’Agnès (elle dit un jour « pourquoi pas Paulette si j’avais été conçue à Pau… »). Elle redécouvre sa maison natale d’Ixelles et réinvente la maison-bateau familiale sétoise. Elle revisite les plages des Flandres (Knokke-le-Zoute), de l’Hérault, de Vendée (Île de Noirmoutier), de Californie (Los Angeles), celles de son enfance belge (plage de La Panne) et sétoise (plage de la Corniche) puis celles où elle tourna les extérieurs de quelques-uns de ses films. Agnès Varda habite depuis le début des années 1950 la même maison de la rue Daguerre située dans un quartier populaire parisien. Elle va jusqu’à concurrencer la Mairie de Paris en installant une « Daguerre-Plage » dans sa rue, histoire de nous montrer le bouillonnement du staff de ses Productions Ciné-Tamaris situées à proximité

Sa rétrospective filmographique et photographique est émaillée d’une multitude de rencontres :

— rencontres amicales avec de simples pêcheurs sétois (des anciens de La Pointe Courte) et des confrères cinéastes indépendants californiens,
— rencontres initiatiques, coups de cœur artistiques avec quelques icônes du théâtre, du cinéma, de la chanson : Jean Vilar (sa famille et le TNP), Gérard Philipe (« un Prince de Hombourg en Avignon »), Jean-Luc Godard (auquel elle réussit à faire ôter ses éternelles lunettes noires « pour qu’on voie enfin ses beaux yeux »)1, Delphine Seyrig, Jim Morrison,
— rencontres politiques et militantisme : Fidel Castro, la Chine, les Black Panthers, la Génération Hippie, Manifeste des 343 salopes,
— et, bien sûr, sa rencontre avec l’homme de sa vie, Jacques Demy, qu’elle portraiture la larme à l’œil.

Avec, entre autres, des extraits, de :
— ses réalisations : La Pointe Courte, L'Opéra-Mouffe, Cléo de 5 à 7, Salut les Cubains, Le Bonheur, Les Créatures, Oncle Yanco, Loin du Viêt Nam, Black Panthers, Lions Love, Daguerréotypes, L'une chante l'autre pas, Murs murs, Documenteur, Ulysse, Sans toit ni loi, Jane B. par Agnès V., Jacquot de Nantes, Le Lion volatil, Les Cent et Une Nuits de Simon Cinéma, Les Glaneurs et la Glaneuse,
— réalisations de Jacques Demy : Les Parapluies de Cherbourg, Peau d’Âne, Une chambre en ville.

Film "Les plages d'Agnès" d'Agnès Varda (2008)

Dans le Portrait-interview de la réalisatrice Agnès Varda lors d'une conférence de presse à Rennes à l'occasion de la sortie de son film "Jane B par Agnès V", elle dit un peu ceci :
Puzzle / portrait / collage / parcours choisi.
Elle enlève tout le cérémonial. Elle souhaite de la légèreté et que le portrait soit toujours fuyant.

"On atteint pas l'autre, on tend à un portrait de l'autre"


Elle souhaite une sorte de fantaisie et d'amitié (dans des tas de petites choses)
Elle assume complètement l'inégalité et la contradiction. Elle ne voulait pas travailler dans le parfait le chef-d'oeuvre.

Son rapport au labyrinthe : ballade, mur et choses qui ne menaient à rien.

Au lieu de dire : "Je sais tout, qu'est-ce qu'on peut ne pas savoir ?"

La caméra Minotaure… Elle poursuit Jane dans des chemins dont ils ne savent rien. Le collage.
Méthode de travail :

"On s'arrête on réfléchi, on gomme, on recommence"

"Tout à été vécu comme ça"

Le portrait de Jane : La forme de ses successifs retraits et dévoilements.

"Jane B. par Agnès V." film réalisé en 1988 par Agnès Varda

"Jane B. par Agnès V." film réalisé en 1988 par Agnès Varda

Par kiwaïda at 17:15

09/10/2014

ʟ@♭αᾔ ℓℯ ℘℮⊥їт ḟαηтôм℮

Par kiwaïda at 01:28

17/07/2014

ℙ☺üṧṧéε ∂❝∀ґ¢нḯmè∂℮

Affiche réalisée par le designer graphic Neil Kellerhouse pour le film Under the Skin du réalisateur britannique Jonathan Glazer' (sortie 2014)

Un film voyage paysage de première fois. Iconique. Comme pour le film Her, d'un autre article de mon blog BMK, l'actrice Scarlett Johansson a été choisie comme image sensorielle du désir, qu'elle soit la voix, le corps, l'appât, l'intelligence artificielle, un pouvoir en plus, bref l'énigme et le fantasme. Si ce film de science fiction est plus proche de nouvelles expériences visuelles au cinéma et que la réalisation se constelle d'effets design, du son aux paysages, des doubles peaux aux espaces et éléments qui se rencontrent et se fondent (l'eau, l'air, le ciel, le sol, le miroir) ; il s'octroie des accidents dans la narration et en sublime l'esthétique. Ce qui n'a pas de réponse, apporte une profondeur au mystère que trop de films désépaississent, comme si tous les problèmes posés devaient être résolus pour des spectateurs dont on ne doit pas développer l'imaginaire. Ici, la route est envoûtante et laisse chacun en marge des réponses avec ses abîmes, sur le bord des routes tracées, par un délicieux changement d'élément, en nage libre, nous guidant sous l'eau.
Mais sait-on nager ?

La poussée d'Archimède nous explique dans le traité des corps flottants :

 Tout corps plus léger que le liquide où il est abandonné ne sera pas complètement immergé, mais restera en partie au-dessus de la surface du liquide.

Ce n'est pas écrit ni dit dans le film, mais je l'imagine, en aquatique personne.
Flotter : étape importante de la natation, du savoir nager. Et là, dans ce film, sont posés les signes du savoir nager, tant dans l'expérience sensorielle que déploie ce film, dans une ancre noire, que dans la morale dictée par la serial killer, first round :
- Ou tu sais nager et tu flottes sans te laisser happer par tes désirs
- Ou tu ne sais pas, et tu te noies à en perdre ta peau...

Les engloutissements successifs ne sont pas le terminus des conduites prédatrices. On passe de l'autre côté du miroir, comme Alice peut-être, mais aussi, on regarde en arrière, comme Orphée et on assiste lentement à la disparition d'Eurydice en deuxième partie du film. Le découpage n'est pas aussi défini, mais je l'interprète ainsi : la première partie se base sur des stéréotypes masculins, la femme chasse, elle conduit, elle calcule, la performance, la routine, le nombre, elle perce dans le noir, l'inconnu. La deuxième partie est basée sur des stéréotypes féminins, la réflexion, la forêt, la proie, la peur, la honte, la cachette, la femme se recroqueville, elle ne peut pas conduire, le miroir, la sensibilité... Mais si ces stéréotypes peuvent être travestis dans un genre puis dans l'autre c'est que le rôle est celui d'une extraterrestre sur peau de femme séduisante, et ses rencontres, ses acolytes masculins, deviennent aussi des sujets qui questionnent la faiblesse de suivre, de désirer, d'aimer, d'incarner la pudeur, le don, l'altruisme, le hasard, la différence... Nous pourrions aller plus loin, mais ce n'est pas l'objectif de cet article, et considérer que les stéréotypes de la séduction sont démodés et que cette idée motrice de la société de la consommation (attirance/répulsion), ne fonctionne plus.

Quand la faiblesse devient une force. L'animalité est présente : sentir, fuir, se cacher, traquer, attaquer, tuer, entendre telle l'ouïe des loups, extrêmement bien développé, ils peuvent entendre des sons jusqu’à une distance d’environ 10 kilomètres et entendre des sons aigus inaudibles à l’oreille humaine...

Image du film Under the Skin de Jonathan Glazer

Premières sensations, il n'y a pas d'âge pour les éprouver. Le gâteau la première fois, la foule la première fois, l'amour la première fois et ses impasses, peu à peu, on glisse vers d'une psychologie froide du féminin à son réchauffement climatique, selon l'adage fantasmé que toutes les femmes seraient des extraterrestres dans la société, elles vivent des premières fois multiples, bien en marge des standards sociaux, ce qui les distingueraient des êtres humains. L'aspect sauvage de cette extraterrestre (c'est dit dans le synopsis, mais pas d'extraterrestre in fine, et c'est bien l'astuce du film) rempli ainsi bien le rôle d'une femme contemporaine (elle conduit sa vie, son véhicule, elle choisi, plutôt qu'elle n'est choisie), ou compose celui d'une poétique du féminin perlé dans un monde violent et sombre, aux rites conservateurs. Qui de mieux qu'une extraterrestre pour démontrer que l'humain est resté encore à l'étroit dans son corps, prêt à mourir pour suivre ses désirs tendus. Si l'araignée n'a pas de toile dans ses armes, urbaine, elle jouit d'un grand véhicule, son vaisseau spatiale qui arpente les rues ouvrières, dont le coffre serait la boîte noire, et aussi, elle a un repère, une maison vide, sa base navale, un puis sans fond, noir, doté d'une une porte qui ouvre sur une sorte d'enfer paradisiaque : le lac infini. Liquide et miroir, où seuls des hommes solitaires, au célibat assumé ou subi, se retrouvent et muent en lévitation, y laissant leur peau sous-marine. Ces moments de grâce sont présentés sur une plateforme scénique, où sont chorégraphiés des déplacements sur une ligne invisible. Chaque corps, chaque geste, est mis en valeur sur un fond noir. Ils suivent lentement la danseuse lascive, charmeuse de serpents, comme des somnambules sur le fils du rasoir. La répétition de la scène selon des typologies différentes, signe une danse macabre hypnotique, que les érudits de la danse contemporaine pourraient classer entre Pina Bausch et Jérôme Bel, avec les vêtements, nouvelles mues, nouvelles pelures, déposés délicatement à la surface du miroir noir, tandis que les corps blancs d'hommes s'engouffrent dans le noir sable mouvant. Ce film m'a fait penser à celui de Pedro Almodovar, "La piel que habito" (2011), dans cette recherche de l'usurpation d'identité et cette fascination de la peau comme costume de l'autre, des travestissements machiavéliques de la science, des apparences trompeuses. Les accointances avec l'art contemporain et la danse, le design sonore (soundtrack : Mica Levi), le graphisme (affiche, design), métissent le langage traditionnel cinématographique.


Le voyage mental que propose Jonathan Glazer est juste une part de rêve ou de cauchemars, sous un casque de moto en mission pour la lune. Je l'ai perçu un peu comme cela, les yeux fermés mais ouverts dans le noir. Même si la sexualité est mise en jeu, dans le chemin initiatique, nous guidant vers l'union charnelle, elle n'existe quasiment pas. Serait-elle proche de son but, qu'elle se stoppe nette comme ultime énigme, ultime interdiction d'entrer, que seule une lampe de chevet tente d'éclairer : un bug. La femme mystère tourne alors le dos au spectateur, ultime voile cinématographique (sans effet technologique) privant le voyeurisme, clin d'oeil aux performances féministes contemporaines s'il était plus comique ou burlesque. Malin. Secret.

L'origine du monde de Courbet est ici représenté en négatif et c'est toujours la vision d'un homme curieux, celui qui veut, et voir, et percer l'opaque secret, et passer de l'autre côté, mais n'y parvient jamais, l'histoire de cette filiation invisible, de la création : il est bien passé par là, mais n'y repassera pas plus jamais dans le même sens et finira sans pouvoir s'engendrer, se reproduire, hormis avec l'aide d'une femme, cette maison où l'alchimie de la création se fabrique (les choses ont bien changé depuis Courbet !) Cela dit, encore en référence à Pedro Almodovar, j'ai pu revoir le film "Parle avec elle" (2002) dont il a inséré un extrait de film muet en noir et blanc qu'il a lui-même réalisé, assez fabuleux et délirant sur ce passage secret, ou l'histoire du rapetissement. Mais là encore, rien de fantaisiste, ni même une pointe d'humour, nous sommes dans un film glacé, lunaire, avec les étoiles sous l'eau. Un film en apnée.

Image du film Under the Skin de Jonathan Glazer
La femme forêt est ce moment qui annonce la transformation finale. Elle était au début, l'actrice, la femme fourrure protégée, comme la Vénus de Sacher Masoch, la voici forêt, se recroquevillant sous la pluie, en haillons. Elle terminera aussi noire que son lac miroir mortel, comme goudronnée (l'effet est un peu démonstratif), décidément toutes les démos sont testées sur son corps, tenant son enveloppe humaine entre les mains, ultime miroir, la boucle est bouclée. Devenue proie, elle n'a pas non plus de réponse à donner au violeur de l'origine du monde. Devant l'étrangeté, l'homme la brûle participant d'une culture barbare que l'on peut attribuer à d'autres contrées reculées. Et le pays où se joue le film, l'Écosse, le rêve et la fiction s'y déposent en superficie, laissant apparaître le réel, par tâches (les figurants) Le côté documentaire est bien saisi, nous laissant à penser que ce pays pourrait être aussi barbare que l'illustration incendiaire que cette fin l'augure. Un autre monde, aussi dur et abrupte que ces roches découpées sur la mer déchaînée, qui emporte les corps. Aussi sauvage que l'extraterrestre, qui noie les corps à sa guise. Et si ce monde était bien le nôtre, une sexualité déshumanisée, une sensualité carencée, où la peur domine et se recouvre de honte, sous une capuche, où l'on se déplace seulement à la tombée de la nuit. Les rencontres sont interdites, il faut les braver, et l'inconnu, l'étranger, est menacé, brûlé. Un monde où aucune trace de plaisir, de joie, de peau nue, de liberté ne doit être visible. Dans ce pays, on se baigne habillé, en combinaison de survie. Dans la fiction, on se déshabille, histoire de donner le change, et on se rhabille aussitôt, on prend la combinaison d'un autre. Seuls les nus restent au fond, sous la surface dictatrice, dans notre imaginaire.


Un acteur au visage difforme met en relief le programme mécanique des questions de la prédatrice, celle qui ne voit pas la différence, et apporte une opacité (réelle) au rôle, que les autres rôles de victimes ne peuvent avoir. Il est, de mon point de vue, Orphée, celui qui fait basculer le film et le sépare en deux (première partie, attirance, deuxième partie, répulsion) et tout peut s'inverser. Au seul regard en arrière lorsqu'il suit, celle qui serait Eurydice, l'entrainant, par hésitation, peur, méfiance, il n'aura pas le même sort. Elle se regardera dans le miroir, et la réalité tente, dans le film, de prendre le dessus sur la fiction. À ce moment, les accidents arrivent, dans la narration, elle n'est pas aussi droite et calculée et invincible, quelques errances dans l'histoire ou dans les effets, peuvent alourdirent l'élégance des premiers contacts, l'entrée dans le rêve. Une traque dans la forêt, et là, on se réveille. C'est la fin du film.

Peut-être que le moment du miroir et le questionnement de l'image évoque, selon certaines versions, les métamorphoses d'Ovide, dans la mythologie grecque :
« Narcisse vivra très vieux à condition qu'il ne voie jamais son image »
La part de l'ombre selon Le Caravage, le Chiaroscuro, d'autres italiens des débuts de la Renaissance préfigurent la science fiction.


Narcisse, peint par Le Caravage vers 1597-1599, huile sur toile 110 × 92 cm


Je dédie cet article à nos expériences magiques, à la rencontre des animations de Vidéogramo, l'espagnol, homme ou femme, dont je vois qu'Orfeo est aussi une influence, sans l'avoir vu avant d'écrire cet article. A-t-il influencé certaines séquences du film ? Nous nous posions cette question. Tant d'artistes et graphistes, bien en avance, devraient être aidés et soutenus afin de faire avancer cette ruine du cinéma, qui a tant de moyen et si peu d'idées nouvelles, visuelles et sonores. Sortir des routes toutes tracées, rêver un peu.

Par kiwaïda at 16:23

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